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Curitiba

Feminista diz ter sido abordada por skinheads; Nacionalistas denunciam pichação “antinazista”

Tatuadora abordada à esquerda; ao lado  a pichação feita na porta de estabelecimento de integrante da Frente Nacionalista | Foto montagem Daniel Castellano/Facebook/Gazeta do Povo
Tatuadora abordada à esquerda; ao lado a pichação feita na porta de estabelecimento de integrante da Frente Nacionalista (Foto: Foto montagem Daniel Castellano/Facebook/Gazeta do Povo)

Os ânimos estão mais do que à flor da pele em Curitiba. Uma tatuadora, conhecida por um projeto que cobre cicatrizes de mulheres agredidas, afirma que foi abordada por dois skinheads (carecas que defendem princípios nazistas) na Rua Presidente Faria, no Centro da cidade, na manhã desta terça-feira (15). Os rapazes com camisetas pretas, calça camuflada e sotaque paulista perguntaram para Flavia Carvalho se ela é feminista. A tatuadora respondeu que participa de um projeto da prefeitura e contou – em uma postagem no Facebook, que teve mais de 300 compartilhamentos – que se sentiu intimidada. Eles, então, teriam dito para que ela olhasse para baixo e saísse dali.

Flavia não registrou boletim de ocorrência, mas conta que foi procurada por representantes da prefeitura de Curitiba, que ofereceram apoio. A região central, nas imediações da Universidade Federal do Paraná e da Praça de Bolso do Ciclista, recebeu reforço no policiamento. A tatuadora não conseguiu fotografar ou identificar alguma característica específica. No sábado (12), também pelo Facebook, Camila Elizio postou ter sido “encurralada” no Terminal do Portão por três homens que teriam perguntado se ela é feminista. Ela disse ter respondido que não e que a tatuagem no pulso com o nome de um homem (ex-marido) teria a salvado de uma agressão.

Pichação

Já a Frente Nacionalista também afirma que está sendo perseguida. Um estúdio de tatuagem de um integrante do grupo amanheceu pichado no sábado (12) com a expressão “Fora Nazi Lixo”. A Frente se posiciona contra a homossexualidade e à vinda de estrangeiros para o Brasil, mas alega que não defende a violência contra gays e imigrantes. Ricardo Gonçalves, porta-voz do movimento, conta que um boletim de ocorrência foi registrado.

Gonçalves ressaltou que a Frente Nacionalista não prega atos de violência e rechaça que qualquer membro do grupo tenha relação com ameaças. O porta-voz do movimento destacou que a Frente procurou grupos como a Ordem dos Advogados do Brasil e o Grupo Dignidade, presidido por Toni Reis, a fim de estabelecer um diálogo e para que as ideologias sejam debatidas no campo das ideias.

Histórico

O clima está mais tenso na cidade há vários dias. Um congresso de Fundação da Frente Nacionalista havia sido marcado para sábado (12) em uma chácara de Colombo, e foi cancelado pelos organizadores na sexta-feira (11). O microempresário Ricardo Gonçalves, porta-voz da Frente, afirmou que o temor de que houvesse confrontos, já que grupos contrários estariam se organizando para ir ao local, motivou o cancelamento.

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