O feriadão de Corpus Christi deste ano foi o mais violento nas estradas que cortam o Paraná desde o início do ano. Ao todo, foram contabilizadas 25 mortes, três a mais que a do feriado prolongado do Dia do Trabalhador, até então o que registrava mais óbitos no estado neste ano. O número, obtido a partir de balanços divulgados pelas polícias rodoviárias Estadual (PRE) e Federal (PRF), aponta ainda um crescimento de 13% em relação ao total de mortes no trânsito ocorridas no mesmo feriado de 2008.

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Sem considerar o recesso do réveillon, que compreendeu um período de cinco dias – do dia 31 de dezembro de 2008 à meia-noite de 4 de janeiro de 2009 – o número de mortes nas estradas do Paraná tem sido crescente nos feriados prolongados neste ano. No Carnaval, entre a sexta-feira e a Quarta-Feira de Cinzas, 17 pessoas morreram nas rodovias federais e estaduais do Paraná. No recesso da Semana Santa, que teve três dias, também foram registradas 17 mortes. Os feriados de Tiradentes e do Dia do Trabalhador contabilizaram 21 e 22 óbitos, respectivamente.

Na comparação com o feriado de Corpus Christi de 2008, a quantidade de acidentes também teve crescimento, saltando de 326 para 410 (25%). Já a quantidade de feridos caiu de 290 para 255 (-12%). Embora a maior parte dos acidentes tenha ocorrido em BRs, a maioria das mortes – 20 das 25 – ocorreu em rodovias estaduais.

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O tenente Sheldon Vortolin, chefe de Operações Especiais da PRE, atribui à imprudência dos motoristas a violência dos acidentes. "Apesar do trabalho de fiscalização da polícia, nunca se sabe como o motorista vai se comportar longe dos postos", justifica. Ao todo, foram autuados 2.409 motoristas nas rodovias estaduais, por infrações que vão desde o excesso de velocidade e a ultrapassagem em trecho proibido à utilização de celular durante condução ou embriaguez ao volante.

Vortolin ressalta que, em razão do aumento da frota circulante, os acidentes são inevitáveis em períodos de feriado. Ele afirma que, de modo geral, não houve uma condição adversa que tenha influenciado as colisões. "Foram todas ocorrências distintas. Infelizmente, por uma fatalidade, algumas resultaram em óbito", diz.A PRF aplicou 1.396 testes de embriaguez em motoristas, dos quais 30 foram autuados por apresentarem índice alcoólico acima do tolerado. Destes, 24 foram presos por crime de trânsito.

O inspetor Fabiano Moreno, chefe de Comunicação Social da PRF, lembra que a Operação Corpus Christi foi a primeira em que a PRF trabalhou em toda a extensão das rodovias federais do Paraná. Até o recesso do Dia do Trabalhador, 3,4 mil quilômetros de BRs eram fiscalizados pela PRE, por força de um convênio, de 27 de setembro de 1978, entre o extinto Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) e o DER-PR para conservação e policiamento. "Dessa forma, não há como se fazer uma comparação entre os números de acidentes, feridos e mortes nas rodovias federais entre o ano passado e este ano", pondera.

Das cinco mortes contabilizadas este ano em BRs, Moreno conta que quatro foram atropelamentos. "O que ocorre é que ciclistas e pedestres continuam a andar nas margens das rodovias como em qualquer período do ano. Com o aumento no número de veículos motorizados, no entanto, eles acabam mais expostos a riscos", afirma. Segundo ele, a PRF mantém um programa de conscientização nas comunidades próximas às rodovias sobre a prevenção de acidentes.

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