Menos de 4 dias após atropelar e matar o operário José Fernando Ferreira da Silva, de 44 anos, enquanto dirigia supostamente embriagado pela zona sul do Rio, o empresário Ivo Nascimento de Campos Pitanguy, de 59 anos, filho do cirurgião plástico Ivo Pitanguy, foi indiciado por homicídio doloso (intencional) no inquérito realizado pela 14ª DP (Leblon), segundo a Polícia Civil. A delegada Monique Vidal considerou que, ao dirigir embriagado, como atestam as testemunhas do acidente e os policiais que atenderam a ocorrência, o empresário assumiu o risco de matar alguém.
O inquérito foi concluído e encaminhado à Justiça nesta segunda-feira (24). Agora, caberá à Justiça aceitar ou alterar a tipificação. Em casos de atropelamento acidental, o autor costuma ser acusado por homicídio culposo (sem intenção). Mas nesse caso foi considerada a suposta embriaguez do motorista.
Pitanguy foi preso em flagrante logo após o acidente. Como ele também se feriu, esteve internado sob custódia no Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea (zona sul). Nesse domingo (23), o empresário foi transferido para o complexo penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio, onde permanece. Na madrugada de sábado (22), seu advogado, Rafael de Piro, apresentou pedido de liberdade provisória ao plantão judiciário, mas a medida foi negada. Nos próximos dias, ele deve apresentar pedido de habeas corpus para tentar libertar seu cliente.
O caso
Pitanguy, que acumulava 70 multas nos últimos cinco anos, 14 delas por dirigir embriagado, seguia pela Rua Marquês de São Vicente, na Gávea, quando perdeu o controle de seu veículo, que subiu na calçada e atingiu o operário. José Fernando trabalhava nas obras de construção da Linha 4 do Metrô e havia acabado de sair do trabalho quando foi atropelado. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu no Hospital Miguel Couto. Ivo Pitanguy sofreu traumatismo craniano e um corte na cabeça, mas já se recuperou.
Segundo o Departamento de Trânsito do Estado do Rio (Detran), nos últimos 12 meses Pitanguy somou 27 pontos em infrações de trânsito - em teoria, quem atinge 20 pontos tem a carteira de habilitação provisoriamente suspensa. O órgão abriu processo para suspender a carteira do empresário. Nesta segunda-feira (24), o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), afirmou ter cobrado o Detran para saber por que a carteira de Pitanguy ainda não havia sido suspensa.
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