Rapaz estava com amigos antes de morrer
Aline Peres
Na noite de segunda-feira, poucas horas antes de morrer, o estudante e empresário Francisco Santos Neto fez os mesmos programas que costumava fazer em Curitiba. Dono de uma empresa de importação e exportação de equipamentos de informática, Neto foi até o restaurante Taj, no bairro Batel, por volta das 21 horas. Segundo o gerente Rodrigo Vieira, ele não entrou e saiu com mais dois amigos. Vieira disse que era comum o rapaz frequentar o local.
Foi encontrado morto na madrugada de ontem em Curitiba, com um tiro na cabeça, o estudante e empresário Francisco Carlim dos Santos Neto, 23 anos, filho do ex-prefeito de Matinhos Francisco dos Santos. Ele estava em seu carro na Rua Ângelo Sampaio, no bairro Água Verde. A Polícia Militar foi chamada por volta das 2h35 para atender um acidente de trânsito, já que o carro havia batido em um poste. Quando o corpo de Neto chegou ao Instituto Médico Legal (IML), foi constatado que ele havia sido baleado na cabeça.
A polícia trabalha com a hipótese de que Neto foi vítima de uma tentativa de assalto frustrada. De acordo com o delegado Alexandre Bonzatto, da Delegacia de Homicídios de Curitiba, a polícia já sabe que o tiro foi disparado de fora do veículo. A polícia ainda aguarda o resultado do exame de necropsia para identificar o calibre da bala.
O corpo de Neto, como era conhecido por amigos e parentes, foi velado ontem à tarde na Igreja Matriz de Matinhos, no Litoral. Às 16 horas, a igreja, com capacidade para cerca de 500 pessoas sentadas, já estava lotada. O pai de Neto, a mãe, Aparecida, e os irmãos Rodrigo, 19 anos, e Guilherme, 18 anos, chegaram pouco depois. O velório só teve início às 18h20.
Dois amigos que estiveram com Neto pouco antes do crime, amigos de infância e colegas de trabalho estiveram presentes, além de Enzo, de apenas cinco meses, filho do estudante com uma jovem de Londrina que ele conheceu no carnaval de 2009. Na frente do altar, coroas de flores, como as mandadas pelo prefeito de Curitiba, Beto Richa, pelo senador Álvaro Dias e pelo deputado federal Gustavo Fruet.
"Ele se dava bem com todo mundo, não tinha inimigos. Era muito carismático, sempre falávamos que ele era o herdeiro político do pai", comentou um amigo da família, Leonardo Rafael Pinto, que viu Neto pela última vez na sexta-feira. "Estávamos na casa do meu pai. Ele estava feliz, brincalhão como sempre. Não imaginávamos passar por isso apenas alguns dias depois. É um choque."
Quem também tem boas lembranças de Neto é o irmão Rodrigo. Os dois chegaram a morar juntos em Curitiba, onde Neto estava havia cinco anos, desde que iniciou a faculdade de Publicidade e Propaganda na Universidade Tuiuti. "Ele era do jeito que as pessoas estão descrevendo: boa pessoa, carinhoso, até palhaço. E apaixonado pelo filho, mostrava o Enzo para todo mundo, através de fotos tiradas com o celular", disse. "Não consigo entender. Ele não tinha inimigos, era sossegado."
Um morador que não quis se identificar comentou que os moradores estavam abalados por conhecerem Neto desde criança. "O Xiquinho fazia campanha com ele no colo. Ele gostava muito de política, o pessoal queria que ele tentasse ser vereador." Conhecido como Xiquinho, o pai de Neto, Francico Carlim dos Santos, foi prefeito de Matinhos de 1996 a 2000 e de 2004 a 2008. O enterro será às 9h30 de hoje, no Cemitério Municipal de Paranaguá.
Prejuízo recorde ressalta uso político e má gestão das empresas estatais sob Lula 3
Moraes enfrenta dilema com convite de Trump a Bolsonaro, e enrolação pode ser recurso
Carta sobre inflação é mau começo para Galípolo no BC
Como obsessão woke e negligência contribuíram para que o fogo se alastrasse na Califórnia
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora