Um homem de 28 anos é acusado de ter assassinado o próprio pai, em Pinhais, na região metropolitana, e de ter tentado ocultar o corpo da vítima. O crime ocorreu em setembro do ano passado, quando Miguel Rodrigues de Freitas, de 51 anos, foi encontrado morto, enrolado em um cobertor e dentro de uma caixa de papelão. A polícia chegou à autoria após apurar contradições nos depoimentos dos familiares de Miguel Freitas. Há suspeitas de que outros membros da família tenham participação no crime.

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A polícia estranhou a conduta dos filhos e da viúva da vítima nos dias seguintes ao assassinato. Segundo o delegado Fábio Amaro, eles não compareceram ao distrito para prestar depoimento e, pouco depois, se mudaram de casa sem avisar a polícia. Quando foram localizados, relutaram em se apresentar às autoridades e contribuir com as investigações.

"Quando finalmente foram ouvidos, chamou a atenção que os depoimentos eram desencontrados. As informações não batiam. Isso aumentou a nossa suspeita", disse o delegado.

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Segundo o delegado, ao informar que pediria à Justiça a prisão de todos os familiares, o filho da vítima, Edson Rodrigues de Freitas, confessou ter matado sozinho o pai. Em depoimento, ele alegou à polícia que Miguel Freitas era alcoólatra e que agredia a esposa. No dia 25 de setembro de 2011 – de acordo com Edson Freitas – o pai tentou incendiar a casa. Teria havido luta corporal e, na briga, o filho teria cravado um garfo no pescoço de Miguel Freitas, que morreu.

"De acordo com a versão do acusado, depois de matar o pai, ele amarrou os pés e as mãos dele com um cabo elétrico, envolveu corpo no cobertor, colocou em uma caixa, emprestou um carro de um amigo e abandonou o cadáver na Estrada Ecológica, no bairro Castelo Branco", contou o delegado. O corpo de Miguel Freitas foi encontrado no dia seguinte.

Amaro informou, no entanto, que as investigações continuam. O delegado acredita que Edson Freitas não tenha agido sozinho e que outros familiares também devem ter tido participação no crime. "Sem ajuda, ele [o acusado] não conseguiria fazer tudo o que relatou, sobretudo na ‘desova’ do corpo", observou o delegado. Edson Freitas vai responder em liberdade aos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Se condenado, o acusado pode pegar até 30 anos de prisão.