Desde 2006, quando a Receita Federal e a Polícia Federal (PF) reforçaram a fiscalização em Foz do Iguaçu, as cidades às margens do Lago de Itaipu entraram na rota do crime organizado. Guaíra, na divisa com Mundo Novo (MS) e fronteira com a cidade paraguaia de Salto del Guairá, é considerada hoje o ponto mais vulnerável da fronteira paranaense.

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Invadida por organizações criminosas de vários estados brasileiros, a cidade ocupa a 7ª posição no Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros de 2008, com 94,7 assassinatos para cada grupo de 100 mil habitantes (dados de 2002 a 2006). Para efeito de comparação, Foz ficou em 5º lugar no mesmo ranking, com 98,7 homicídios para cada 100 mil habitantes.

O Primeiro Comando da Capital (PCC) montou uma base no lado paraguaio para enviar maconha e cocaína ao Brasil. Em março, a polícia paraguaia prendeu em Salto del Guairá um homem apontado como tesoureiro do PCC no Paraná: Walter Tomás Inácio, de 26 anos, o "Pagodeiro".

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Depois da implantação da nova aduana na Ponte da Amizade, que liga Foz do Iguaçu a Ciudad del Este, no Paraguai, o movimento de veículos quintuplicou na Ponte Ayrton Senna, entre Guaíra e Mundo Novo. A cidade sul-mato-grossense tem fronteira seca com Salto del Guairá. Segundo a Polícia Federal, antes do reforço da fiscalização em Foz, cerca de 2 mil veículos por fim de semana cruzavam a fronteira na região de Guaíra. Com a mudança, o movimento subiu para 10 mil carros a cada fim de semana.

A PF tem dificuldades para competir com o crime organizado por falta de efetivo. Cabe aos agentes fiscalizarem uma extensão de quase 200 quilômetros do Lago de Itaipu, onde sobram picadas no mato e portos clandestinos para a remessa de mercadorias, cigarros ou drogas, além de 41 municípios em toda a região.

O procurador da República Robson Martins, do Ministério Público Federal, sustenta que a PF não tem estrutura e agentes para patrulhar toda a região, por isso ingressou com duas ações contra a União, uma delas pedindo para dobrar o número de fiscais da Receita em Guaíra, onde há cinco auditores, e em Mundo Novo, que conta com nove.