Dois policiais militares que trabalhavam diretamente com o cabo Avenilson Pereira de Oliveira devem ser chamados no começo da semana para prestar esclarecimentos à força-tarefa que investiga a maior chacina do ano no país. O crime ocorreu na noite da última quinta-feira (13) e deixou 18 mortos e seis feridos, em Osasco e Barueri, na região metropolitana de São Paulo.
Para ouvidor, “está claro que são policiais” os autores de chacina de SP
Júlio Fernandes Neves, ouvidor de Polícia do estado, diz que táticas dos criminosos, mostradas em vídeo, são as mesmas adotadas pela PM
Leia a matéria completaPMs são suspeitos em três outras chacinas em Osasco
Ocorridos desde 2012, três principais ataques somam 17 mortos na cidade paulista
Leia a matéria completaPereira pertencia à Força-Tática do 42º Batalhão da PM de Osasco, que é um grupo treinado para ocorrências mais violentas com bandidos.
Ele foi assassinado, no dia 7, em um posto de gasolina da cidade, quando foi surpreendido por dois ladrões que assaltaram o local. A dupla usou a arma do policial para matá-lo. A principal suspeita das investigações é que PMs, com o objetivo de vingar a morte do colega, seriam os responsáveis pelas mortes em série.
Os suspeitos pela morte do policial foram identificados e estão sendo procurados. Thiago Santos Almeida, de 26 anos, e Wagner Rodrigues, de 27, tiveram a prisão temporária de 30 dias decretada pela Justiça e são considerados foragidos.
Outras hipóteses para a chacina são a morte de um guarda municipal ou disputa por pontos de tráfico de drogas. Com os esclarecimentos dos dois colegas de Pereira, a força-tarefa espera conseguir traçar um perfil dele para tentar chegar a uma possível motivação para os crimes.
A partir desta segunda-feira (17), policiais do Departamento de Homicídios e de Proteção à pessoa (DHPP), Seccional de Osasco e da Corregedoria da PM começam a ouvir depoimentos de testemunhas e parentes das vítimas fatais. Se houver condições, os sobreviventes também serão ouvidos. O Ministério Público Estadual também vai acompanhar as investigações com o objetivo de agilizar eventuais pedidos à Justiça.
Duas testemunhas foram ouvidas já na noite de quinta-feira. No final de semana, a Secretaria de Segurança Pública divulgou que o Instituto de Criminalística localizou um novo tipo de calibre nos projéteis encontrados nos locais das mortes: cápsulas de pistola .45. Os atiradores também utilizaram armas calibre .38, 380 e 9 mm.
Os policiais já têm novas imagens de câmeras de segurança que mostram as placas dos carros dos criminosos. Um trabalho de limpeza de imagem está tentando identificar as letras e números. Em alguns ataques, os mesmos atiradores que usavam máscaras apareceram com os rostos à mostra. O trabalho de identificação dos assassinos também já começou. O material não foi divulgado para não atrapalhar as apurações.
Os ataques começaram em Osasco, por volta das 20h30, e se concentraram nos bairros Jardim DÁvila, Munhoz Júnior e Rochdale. As últimas vítimas foram atacadas às 23h45 em Barueri, segundo registros da PM.
A polícia informou que dos 18 mortos, seis tinham ficha criminal. Em um dos locais, os atiradores perguntaram quem tinha passagem na polícia antes de executá-las. Desde sexta-feira, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) determinou que o policiamento fosse reforçado na região onde ocorreram as mortes.
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