A principal linha de investigação da polícia neste momento envolve a participação de policiais militares na chacina que deixou 18 mortos e 6 feridos na noite da última quinta-feira (13) nas cidades de Osasco e Barueri, na Grande São Paulo. Das seis vítimas já identificadas até o início da tarde de ontem, cinco tinham antecedentes criminais, de acordo com o governo.
Segundo essa linha de apuração, a onda de crimes teria sido uma retaliação ao assassinato de um PM, na semana passada, em Osasco. O policial foi baleado ao reagir a um assalto, em um posto de combustíveis da cidade.
A suposta participação de policiais nos assassinatos colocou o comando das corporações sob alerta. Os efetivos foram colocados de prontidão e reforçados na região metropolitana, para reagir a eventuais retaliações de criminosos a carros ou bases policiais nas próximas noites e madrugadas.
A Corregedoria da Polícia Militar também já está atuando no caso, para que a chacina seja esclarecida o mais rápido possível. Na sexta-feira (14), o governador Geraldo Alckmin (PSDB) cobrou agilidade nas investigações.
O secretário estadual da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, está acompanhando diretamente o caso. Ele disse que a atuação de policiais era uma das linhas de investigação. Cápsulas de três diferentes calibres de armas foram encontradas próximas aos corpos das vítimas: 9 mm (de uso das Forças Armadas) e 38 e 380, de uso de guardas civis metropolitanos.
Ação
As ações foram semelhantes. Homens encapuzados estacionavam um carro, desembarcavam e dispararam vários tiros contra as vítimas. Em alguns locais, testemunhas disseram que os assassinos perguntaram por antecedentes criminais, o que definia vida ou morte das pessoas.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, após apurar as características dos veículos usados pelos criminosos, é possível afirmar que ao menos dois grupos participaram das mortes. O governo, porém, ainda não afirma se eles atuavam em conjunto.
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A participação de policiais em chacinas na Grande São Paulo tem sido comum. Em maio deste ano, por exemplo, um policial militar e um ex-PM foram presos sob suspeita de participação na chacina na sede da torcida corintiana Pavilhão Nove, que deixou oito mortos.