O Fundo de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Fundepec/PR) não vai pagar a conta que é de responsabilidade do governo do estado, de R$ 300 mil para o abate do gado sob suspeita de aftosa no Paraná. A afirmação foi feita pelo assessor do presidente do fundo, Carlos Augusto Albuquerque na manhã desta quinta-feira.
A reação do fundo veio um dia depois que o governador do Paraná Roberto Requião (PMDB) declarou que não vai liberar o dinheiro necessário para sacrifício dos 1.795 animais da Fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira (Norte do estado).
O custo, cerca de R$ 300 mil, seria da parte operacional e de responsabilidade da Secretaria de Abricultura do Paraná, portanto do governo do estado. O valor se refere à compra de materiais, aluguel de máquinas e pagamento de mão-de-obra necessários para o sacrifício.
Mesmo com pouco mais de R$ 15 milhões em caixa, "o Fundepec não pode pagar. Esse recurso é para indenizações e emergências", justificou o assessor, que aproveitou para apresentar uma solução caseira ao governo do Paraná. "Porque não usa os tratores do DER? Porque não pede ajuda para a prefeitura? Essas medidas simples barateariam o custo", afirma Albuquerque.
Para o assessor, o governo do estado é responsável pela demora no fim do impasse no Paraná - que já dura mais de quatro meses. "A norma da OIE é clara. Decretado o foco a providência imediata é sacrificar o gado, assim como fez a Argentina", compara. "Mas não, o governo preferiu contestar. Ele (governo) não cumpriu a norma", completa Albuquerque.
Prejuízo com ações na justiça
Quanto a ação de André Carioba, dono da fazenda Cachoeira, que tramita na justiça, e a pré-disposição dos outros seis pecuaristas, onde foram detectados novos focos, de seguir o mesmo caminho, Albuquerque acredita que o prejuízo deles que já é grande tende a aumentar. "O Carioba, por exemplo, está gastando para alimentar o gado enquanto espera uma resolução. Além disso, o preço da arroba (15 quilos) está caindo dia a dia. Ou seja, ele está perdendo cada vez mais", conta.
O presidente do Fundepec, Ágide Meneguette, presidente também da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), está em viagem pelo interior do estado. Em entrevista à rádio CBN Curitiba, ele afirmou que a Faep estuda entrar na Justiça contra ou o governo do estado, ou o governo federal, ou mesmo contra aquele que estiver adiando o combate à aftosa e mantendo o impasse e os prejuízos aos produtores do Paraná, numa referência ao criador André Carioba, que impediu o abate com ações judiciais.
Governo do Paraná
A reportagem da Gazeta do Povo Online tentou entrar em contato com o vice-governador do estado e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, para repercutir a posição da Fundepec, mas Pessuti não atendeu ao celular.
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