A poluição atmosférica é um desafio em todas as grandes cidades do mundo. Os pombos, são uma realidade na maioria delas. Foi aí que surgiu a “Patrulha de Pombos do Ar”, aves que sobrevoam Londres, capital da Inglaterra, com uma “mochilinha nas costas” que nada mais é do que um aparelho que calcula a qualidade do ar e envia o resultado automaticamente para uma conta na rede social Twitter (@PigeonAir).
O aparelho acoplado aos bichos tem o tamanho de um controle de portão de garagem e mede a quantidade de dois gases prejudiciais à saúde. O dióxido de nitrogênio(NO2), emitido por carros a diesel, e o ozônio (O3), gerado pela transformação química de poluentes urbanos. O app ainda calcula a quantidade de compostos orgânicos voláteis (VOCs), que são partículas com carbono em sua composição e que viram vapor, na atmosfera, podendo ser inalados na respiração.
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Leia a matéria completaA iniciativa é da startup francesa Plume Labs, que mede a qualidade do ar em mais de 150 cidades em todo o mundo. Os pombos foram escolhidos pela sua simbologia. Eternizados no filme Memórias, de Woody Allen, como “ratos alados”, as aves viraram um símbolo da sujeira urbana. Para participar, os londrinos podem perguntar à patrulha como está a qualidade do ar em sua região, pelo Twitter. A empresa garante que o mecanismo não é prejudicial às aves, e que um veterinário acompanha todo o trabalho.
“[O ar em sua região] não está muito bom. Vá para casa, relaxe e aproveite o seu dia!”, foi a resposta da patrulha a um morador do distrito de Shoreditch, região norte da Grande Londres, na manhã desta segunda-feira (21). Dez animais participam da experiência, por hora. Não é um número alto em termos estatísticos, mas eles funcionam como “garotos-propaganda” da necessidade de a população atentar-se à poluição atmosférica.
A ideia é ampliar a “Patrulha do Ar” com a ajuda de humanos. A Plume Labs deve distribuir mil medidores de qualidade do ar, por meio de uma campanha de financiamento coletivo. A empresa já arrecadou as dez mil libras necessárias para produzir os equipamentos, mas a campanha segue até o dia 3 de abril.
Causadores de problemas respiratórios, dermatológicos e oftalmológicos, os poluentes atmosféricos devem ser monitorados de forma rápida e constante. E o acesso a estes dados de forma direta é fundamental, na opinião do pesquisador Chico Castelhano, vinculado ao Laboratório de Climatologia (Laboclima), da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
A startup
A Plume Labs é uma empresa de tecnologia que trabalha com o chamado big data, coletando dados e os traduzindo em informações acessíveis à população. São meio milhão de dados coletados diariamente, em 11 mil estações ao redor do mundo. A informação não é recolhida pela startup diretamente, mas por 82 institutos que trabalham com o tema em seus países de origem. A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) é único ator brasileiro a fornecer informações para o projeto, o que faz da capital paulista a única coberta do país coberta pela iniciativa. Os dados são condensados em um Mapa Mundi do Ar. A qualidade do ar aparece em tons que vão do azul ou preto – do menos para o mais poluído.
Outra forma de acessar os dados é por meio de um aplicativo de celular, disponível para iOS e Android. O app identifica a cidade em que o usuário está e exibe um resumo da qualidade do ar. Além do nível de dióxido de nitrogênio, ozônio e de partículas orgânicas do ar, o app faz um cálculo para informar se a cidade está na média, acima ou abaixo do que pode ser considerado saudável.
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Leia a matéria completaPor esta média, o app indica se a prática de quatro atividades ao ar livre são ou não seguras: prática de esportes, pedalar de bicicleta, levar um bebê para passear ou comer do lado de fora. São três níveis de indicação. “Vá em frente”, quando o ar é puro; “vá com calma”, para poluição moderada; e “tome cuidado”, nos piores casos.
As informações podem ser conferidas hora a hora. O usuário pode ser programar para praticar atividades ao ar livre nos horários em que a poluição atmosférica é menor, por exemplo. Além da dinâmica das grandes cidades – horários de pico tendem a ser mais poluídos, pois há mais carros nas ruas – elementos do clima influenciam esta dinâmica. Poluentes podem permanecer horas na atmosfera sem ser dispersados, por exemplo, quando há diminuição na força dos ventos, explica Castelhano.
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