Bridj, uma startup que opera serviços privados de ônibus em algumas cidades, está propondo um modelo que poderia dar mais controle aos governos locais do que as parcerias com a Uber e a Lyft. A empresa não tem linhas determinadas, mas responde aos usuários por meio de um aplicativo. No Brasil, uma ideia semelhante está em estudo e empresas de ônibus já contrataram uma pesquisa sobre a “nova concorrência”.
No começo deste ano, a autoridade da área de transporte de Kansas City concordou em comprar dez veículos da Bridj, contratando motoristas e definindo tarifas. Diferentemente das parcerias de carona compartilhada, em que as cidades dos EUA estão adotando os apps para conectar usuários ao sistema de transporte público, o objetivo da Bridj é deixar o usuário na porta do destino. Para isso, ao invés de ter uma parte do valor das corridas pagas, a empresa recebe como pagamento uma taxa de serviço para ressarcir o uso da tecnologia de seu aplicativo.
Dessa maneira, segundo o CEO da Bridj, Matthew George, as autoridades de Kansas City têm mais controle sobre toda a operação. Segundo ele, mais de 35 cidades já sondaram a empresa desde que o projeto-piloto de Kansas City começou. A empresa planeja anunciar pelo menos quatro novas parcerias antes do fim de 2016.
George acredita que o ônibus sob demanda provará ter um melhor custo-benefício que os apps de carona compartilhada, que usam veículos menores, porque permite que mais pessoas façam o deslocamento ao mesmo tempo. Ele também critica os dados de pouca confiabilidade da cooperação da Uber e da Lyft com os governos locais, e ressalta que, diferentemente dessas companhias, os motoristas da Bridj em Kansas City são todos sindicalizados e contratados pelas autoridades de trânsito. “De um lado você tem o modelo tradicional em funcionamento há 100 anos, de outro, esse mercado livre para todos que não possui as proteções básicas necessárias para as pessoas mais vulneráveis. Nós mostramos [com a Bridj] que há um meio-termo.”