O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – braço policial do Ministério Público – foi escalado para investigar as causas e as responsabilidades na morte de dois integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) pela Polícia Militar do Paraná, na quinta-feira (7), em Quedas do Iguaçu. O MST afirma que a polícia avançou, atirando, sobre um grupo e a polícia informa que apenas revidou depois de ser recebida a tiros.
Força Nacional chega a Quedas do Iguaçu para reforçar policiamento
Leia a matéria completaO anúncio sobre o ingresso do Gaeco na investigação foi feito pelo coordenador do Centro de Apoio às Promotorias de Proteção aos Direitos Humanos, Olympio de Sá Sotto Maior Neto, durante reunião da Ouvidoria Agrária Nacional, na manhã desta terça-feira (12). Ele contou que a determinação partiu da Procuradoria-Geral de Justiça. O apoio do Gaeco aos promotores que apuram o caso deve começar na quarta-feira (13).
O secretário estadual de Segurança Pública, Wagner Mesquita, afirmou, em entrevista coletiva realizada na tarde de sexta-feira (8), que há “milícias armadas” agindo sob o comando regional do MST. Já a Polícia Militar do Paraná pretende realizar uma operação de desarmamento na região de Quedas do Iguaçu, depois que o clima estiver menos tenso. Mais de 30 boletins de ocorrência teriam sido registrados relacionados a armas na área do acampamento. Também foram apreendidos armamentos depois do confronto entre sem-terra e policiais na semana passada.
Para Olympio, a participação do Gaeco na investigação é importante também para garantir a “isenção” na apuração dos fatos. O MST, por exemplo, tem cobrado a punição dos responsáveis pela morte e que todos os laudos sejam feitos com imparcialidade. A perícia no local das mortes, contudo, já ficou prejudicada porque somente 24 horas depois do ocorrido os técnicos tiveram acesso à área, que já havia sido comprometida.
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