Por ano, apenas a pasta de Meio Ambiente da prefeitura de Curitiba estima gastos de aproximadamente R$1,45 milhão para recuperar patrimônio público depredado. Nos 46 parques e bosques do município, a administração aponta como os principais tipos de dano furto de cabos elétricos e equipamentos de iluminação pública, pichação, quebra de vidrões e destruição de brinquedos e alambrados. Nas 1.040 unidades de praças, jardinetes eixos de animação e semelhantes, pixação assume a dianteira.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) também acusa custos com vandalismo. Conforme dados compilados pela prefeitura, a secretaria gasta, em média, R$ 54 mil por ano com equipe de contenção para atender a SMS. Só em 2015, reposição de material permanente levou outros R$ 58,3 mil da pasta, que já foi obrigada a repor material básico de uso médico em unidade de saúde, como estetoscópio, ponteiras para bisturi eletrônico e oxímetro de pulso, levados durante invasões.
Quando o assunto é furto, o enfermeiro Angelo Braz Moreira, coordenado local a Unidade de Saúde Monteiro Lobato, no Tatuquara, sabe do que está falando. O local onde ele trabalha foi assaltado 24 vezes desde 2013. A unidade não conta com guarda municipal 24 horas, mas uma empresa privada de segurança contratada pela prefeitura reforça a vigia no entorno.
“Eles acabam roubando qualquer coisa, mas o que mais interessa para ele são os computadores”, relata o enfermeiro.
Em uma das últimas vezes que a unidade foi alvo dos ladrões, a máquina levada era a única que continha um importante sistema: o que permite repasse online de eletrocardiograma. Nessa comunicação, o médico que recebe o exame retorno com a avaliação em até uma. Sem o computador, o processo pode levar de cinco a dez dias, pois é preciso enviar os papeis por malote.
“As pessoas precisam enxergar esses equipamentos como delas também, pois é a verdade. Não é algo só nosso, aqui da unidade. Elas precisam entender que quando eles levam as coisas daqui, quem sofre é todo mundo”, pondera Alessandra Lopes dos Santos, diretora do Distrito Sanitário do Tatuquara.
Além destes órgãos, vandalismo também dá dor de cabeça à Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), que aponta como principal problema as placas de sinalização. Segundo a pasta, 900 são retiradas das ruas por mês – sendo que cerca de 10% delas são roubadas. Para repor a perda, os cofres públicos abrem mão de R$ 45 mil a cada mês, valor que sobe para R$ 247,5 mil mensais se levar em conta o trabalho de recuperação das placas danificadas que não são roubadas.