O comandante da Força de Pacificação do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, o general César Leme Justo, defendeu nesta sexta-feira (9) o policiamento definitivo nos morros do Adeus e Baiana, que integram o conjunto de favelas e foram invadidos por traficantes na última terça-feira. Ambos não contavam com tropas federais e estão ocupados provisoriamente pela Polícia Militar. Deputados da comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) estiveram no complexo e vão cobrar providências da secretaria estadual de Segurança.
"O que vem ocorrendo é que quando há necessidade nossa polícia militar ocupa de imediato essas duas comunidades. Nesta semana, houve a necessidade de ocupação e prontamente a secretaria de Segurança Pública o fez, nos atendendo de imediato. Se houver, de fato, necessidade e, na minha opinião, acho que seria interessante ocupar essas duas áreas, elas serão ocupadas", disse o general.
Segundo ele, a decisão de não tomar os dois morros veio no momento da ocupação do Alemão, por Exército e secretaria de Segurança. Ontem, no terceiro dia após o tiroteio que assustou moradores e comerciantes, o esquema intenso de revista a todos que entravam ou saíam da comunidade foi reduzido. O policiamento continua reforçado, mas somente as pessoas de "comportamento suspeito" estão sendo revistadas. "Não podemos fazer a revista durante todo o tempo, senão a comunidade não circula. Vai interferir no direito de ir e vir das pessoas. Por isso, essas operações são eventuais", afirmou o general Leme Justo.
Apesar da denúncia de moradores de que mulheres e crianças estariam sendo usadas pelo tráfico para transportar drogas em bolsas e mochilas, o general afirmou que não haverá reforço na revista feminina. "Temos, em nossa estrutura, policiais femininas. A Força de Pacificação é integrada pelas polícias militar e civil e, quando existem operações de revista mais intensas, solicitamos essa vistoria. Não há, no momento, a necessidade de reforço", afirmou.
Em vídeo transmitido ao vivo no twitter, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, disse que, mesmo após os conflitos desta semana, considera o Alemão um lugar seguro. "Não vamos sair de lá, é um caminho sem volta. Quando entramos, acabou", disse. Apesar do aparente clima de tranquilidade no Alemão, metade dos funcionários do projeto "Justiça Itinerante", do Tribunal de Justiça do Rio, não apareceu ontem para trabalhar. Com isso, a população precisou de senhas para ser atendida e, por volta de 11h, todas já haviam se esgotado.
O posto de Justiça Itinerante do Alemão, ao lado da escola estadual Jornalista Tim Lopes, foi o segundo montado em comunidade pacificada do Rio. O primeiro foi na Cidade de Deus, na zona oeste, que conta com uma Unidade de Polícia Pacificadora.
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