Um casal, que prefere não se identificar, foi vítima do golpe do falso seqüestro no início dessa semana em Curitiba. A surpresa da família foi ao checar que o número de onde partiram as ligações era de uma central da Polícia Militar da cidade.
Segundo reportagem do ParanáTV 1ª edição, o homem da ligação pedia resgates de valores diferentes. Depois de sofrer ameaças e intimidações, o casal resolveu ligar para o número que aparecia na memória do celular para ver se descobria a identidade dos criminosos.
Quando a ligação foi completada aconteceu a maior surpresa do casal. Os dois números de telefone de onde partiram as ligações com as ameaças são de uma central da Polícia Militar em Curitiba. A repórter do ParanáTV ligou nos números e confirmou a denúncia.
Uma policial, que não sabia que a conversa estava sendo gravada, atendeu ao telefonema. "Esses ramais são usados só por policiais e não fazem ligações para celulares", afirmou a policial. A família prestou queixa do caso na delegacia de Colombo, região metropolitana de Curitiba, mas reclama do andamento das investigações.
Respostas confusas
As explicações da Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp) sobre o caso ao longo desta quinta-feira foram bastante confusas. Logo após a exibição da reportagem, a secretaria informou que identificou os dois policiais militares responsáveis pela ligação ao telefone do casal. Os dois foram presos administrativamente e ouvidos no Quartel Geral da Polícia Militar. Os PMs só devem retormar suas funções após a conclusão da sindicância aberta para apurar o caso.
No início da tarde, a versão da secretaria era de que tudo não passou de um engano causado pela clonagem do telefone celular da vítima e uma sucessão de mal entendidos. Durante a entrevista coletiva, o tenente coronel Jorge Costa Filho, chefe do Setor de Comunicação Social da PM, afirmou que foi comprovado que o telefone da vítima estava clonado.
Mais tarde, o comandante-geral da Polícia Militar coronel Nemésio Xavier informou que solicitou à Brasil Telecom uma listagem com todas as ligações feitas e recebidas nos dois telefones da central de polícia que foram registrados no celular da vítima. Xavier disse ainda que está providenciando para que o casal passe a ter proteção policial.
A afirmação da polícia sobre a clonagem, entretanto, é negada pela operadora TIM. Segundo a empresa, seria a primeira vez no mundo que um aparelho TIM, que utiliza a tecnologia GSM, seria clonado.
No fim da tarde, veio uma nova versão da Secretaria de Segurança Pública dizendo agora que não se trata de clonagem - contradizendo a informação dada pela própria polícia no início da tarde. Na nova versão, o que teria acontecido é que no momento que a vítima falou com o falso operador, na segunda-feira, ela teria ativado o serviço siga-me, que direciona a ligação para um outro aparelho. Para que este serviço seja ativado, é necessário que seja digitada uma senha. A nova versão sugere então que a vítima tenha digitado a senha a pedido do falso operador.
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