O governador Roberto Requião afirmou que a morte do carregador Felipe Osvaldo da Guarda dos Santos, foi "claramente um fuzilamento" e comparou a ação dos policiais militares do Paraná na ação a um "esquadrão da morte". Felipe, conhecido como "Manchinha", de 19 anos, foi morto no último dia 25 no bairro Umbará, em Curitiba com 30 tiros, acusado de ter roubado um carro que, na verdade é da mãe dele. A declaração foi dada após a reunião da Operação Mãos Limpas, nesta segunda-feira (05/03)
O governador disse ainda que o governo exige do Secretário de Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, e do Comdandante-Geral da Polícia Militar do Paraná, coronel Nemésio Xavier de França Filho, providências imediatas e enérgicas sobre a morte do carregador. "Morte que é claramente um fuzilamento", disse. "Até a arma pode ter sido plantada no carro do rapaz", suspeitou.
A versão sustentada pela polícia, até então, dizia que os quatro PMs da viatura 6885 da equipe de Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam) foram atender a um alerta de veículo furtado e o carregador reagiu atirando contra os policiais. Entretanto, o próprio governador disse que o alerta é falso. "Tudo indica que a denúncia (de alerta de roubo do carro) foi feita como um motivo para viabilizar a abordagem", resumiu.
O governador disse ainda que "andou investigando o caso" e citou que Santos foi vítima e testemunha de uma sessão de tortura nas dependências do Centro de Detenção Provisória (CDP) de São José dos Pinhais, na região metropolitana, e que uma semana depois de ser solto, por força judicial, ele foi executado pelos PMs.
Esta denúncia de que o carregador e outros presos foram agredidos por agentes penitenciários no CDP, veio a público na última sexta-feira através do deputado federal Dr-Rosinha (PT-PR). Um agente carcerário, que prefere não se identificar, nomeia os companheiros de trabalho que participaram da sessão de tortura. Esses agentes carcerários que teriam espancado os presos, segundo Requião, foram afastados, serão investigados e demitidos do Estado.
Além da indicação de execução, Requião levantou a possibilidade do crime ter relação com o tráfico de drogas, podendo envolver a vítima e os próprios policiais militares. E terminou mandando um aviso aos PMs. "No Paraná não. É um aviso aos oficiais da Polícia Militar e para a Administração Pública inteira. Nós não vamos admitir frouxidão em ocasiões como esta", finalizou Requião.
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