Pelo menos dez criminosos de facções criminosas presos em Santa Catarina podem ser transferidos para presídios de outros estados. O pedido será apresentado na tarde de hoje (6) pelo governador catarinense João Raimundo Colombo. Ele se encontra, em Brasília, com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O governador vai pedir ainda mais recursos para investimentos em segurança pública.
O número exato de presos e os nomes dos criminosos não serão divulgados para evitar a concessão ações na Justiça que impeçam a transferência. Há poucos dias, por exemplo, os advogados de alguns criminosos apresentarem pedidos de habeas corpus preventivo quando foram divulgadas informações sobre a possibilidade de transferência de presos.
O atual orçamento do estado, prevê que, ao longo deste ano e em 2014, sejam investidos R$ 265 milhões no aparelhamento das polícias e mais R$ 265 milhões em todo o sistema prisional, que inclui a construção de presídios.
Pelos dados do governo catarinense, o número de presos em penitenciárias do estado subiu de 1,7 mil, em 1993, para 18 mil em 2012. Desse total, 90% dos criminosos foram presos por envolvimento com drogas.
A assessoria do governo descartou o pedido de apoio da Força Nacional de Segurança Pública. Como os conflitos não são localizados, agentes do estado acreditam que o envio dessas tropas teria pouco impacto nas ações. A avaliação é que a Polícia Militar e a Polícia Civil do estado estão conseguindo contornar os ataques.
Com mais seis casos durante a noite de ontem (5) e a madrugada de hoje (6), chega a 60 o número de ataques, desde o último dia 30 de janeiro, em 18 municípios de Santa Catarina.
Carnaval está mantido em Santa Catarina, diz governo
Mesmo com os 60 ataques registrados desde o dia 30 de janeiro, em 18 municípios de Santa Catarina, o carnaval está mantido no estado. Autoridades catarinenses reconhecem a preocupação diante dos casos de violência, mas acreditam que os últimos registros têm se caracterizado mais como atos de vandalismo do que ataques organizados sob comandos enviados por criminosos de dentro dos presídios.
Agentes do estado descartaram a necessidade do apoio da Força Nacional de Segurança Pública, em relação aos esquemas montados em anos anteriores, para garantir tranquilidade durante a festa popular que começa no sábado (9). A única alteração prevista é que, em todo o estado, todos os policiais estarão em regime de prontidão.
No caso da Polícia Militar, os 11 mil contratados podem ser chamados a qualquer momento para atividades operacionais, nas ruas das cidades, mesmo que estejam de folga ou desempenhando funções administrativas.
Além disso, as cidades onde ocorreram os recentes ataques que já tinham aumentando o contingente de policiais nas ruas devem manter o reforço. Na capital Florianópolis, por exemplo, 200 policiais militares estão atuando diariamente. Normalmente, 120 agentes trabalham a cada dia. A ordem de prontidão, no caso de Florianópolis, inclui 800 policiais militares.
No caso da capital, a única alteração na programação do carnaval deste ano é a suspensão do desfile das escolas de samba. A mudança, não tem qualquer relação com os ataques. Segundo assessores do governo do estado, o desfile não vai ocorrer porque a prefeitura da cidade não repassou os recursos para as agremiações. Mas o carnaval de rua está mantido.
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