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O presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Vitor Hugo Burko, discorda dos números apresentados no Atlas de Remanescentes da Mata Atlântica. Ele conta que o governo estadual, em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), mantém um monitoramento preciso – a cada período de dois meses e com resolução de 400 metros quadrados – de todas as áreas com mata nativa no estado e que os dados não apontam para grandes desmates. Burko não informou quanto foi derrubado nos últimos três anos, mas se recusa a avalizar o número de 10 mil hectares.

A pesquisadora Ana Paula Dalla Corte, da Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná (Fupef), que trabalha no projeto de monitoramento das matas juntamente com o professor Carlos Sanquetta, da UFPR, também considera improvável que tenham sido desflorestados 10 mil hectares de 2005 a 2008.

Ela conta, como exemplo, que o levantamento recente feito pelo governo paranaense entre agosto e dezembro de 2008 indica menos de 500 hectares de desmate. Ela reconhece, porém, que o acompanhamento começou a ser feito em 2007 e que não monitorou a cobertura vegetal nos anos de 2005 e 2006 – quando podem ter acontecido as maiores derrubadas.

Para Burko, o ritmo de desmatamento diminuiu por causa da intensificação das fiscalizações. "Quem ainda está fazendo [desmate] está agindo por ignorância, porque não tem mais como não descobrir", diz. Segundo o presidente do IAP, a meta é zerar a derrubada. Ele relata que o que tem acontecido é desflorestamento de áreas pequenas, já que em grandes extensões ninguém se atreve a mexer.

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