Após 52 dias de chuva, que resultaram em mais de 700 pessoas desabrigadas e seis mortes, o governo de Santa Catarina decretou no fim da tarde deste sábado (22) situação de emergência em todo o território estadual. A medida será adotada, segundo o coordenador da Defesa Civil estadual, major Márcio Alves, também pela dificuldade de alguns municípios de providenciar os trâmites burocráticos para os decretos, devido ao isolamento. Essas cidades passam a ter assim tratamento prioritário também pelo governo estadual na recuperação dos prejuízos provocados pelas semanas seguidas de chuvas e vendavais.
A perspectiva de que as chuvas continuem de forma significativa sobre o estado preocupa as autoridades. É uma situação que está grave e tende a piorar cada vez mais com a seqüência das chuvas, afirmou Alves, após reunião com o governador Luiz Henrique da Silveira.
O governo também decidiu ativar imediatamente um grupo de ações coordenadas, composto por representantes de todas as secretarias estaduais, para implementar ações preventivas e de amparo s vítimas dos alagamentos e desmoronamentos.
O último boletim divulgado pela Defesa Civil catarinense, na tarde deste sábado, mostra que 746 pessoas estão desabrigadas e desalojadas. Uma pessoa morreu soterrada em Brusque após deslizamento. No município de Gaspar, foi comunicada a ocorrência da explosão de um gasoduto, que provocou um buraco no asfalto e levou interdição da BR-470, além de ter causado o incêndio de uma casa.
Em Navegantes, há mais de 100 pessoas desabrigadas, e em Balneário Camboriú um hospital atingido pelo desmoronamento de barranco teve duas alas e a cozinha comprometidas, com necessidade de remoção de pacientes.
A Defesa Civil recomenda atenção da população para que evite o trânsito nos locais alagados e fique atenta a qualquer sinal de deslizamento. No caso de emergência, as pessoas devem ligar para o 199.
Enquanto Santa Catarina sofre com as chuvas, centenas de municípios do Nordeste e do norte de Minas Gerais decretaram situação de emergência em virtude uma seca prolongada que durou quase oito meses. As primeiras chuvas começaram a cair nas últimas semanas, mas, conforme apurado pela Agência Brasil em reportagens em municípios mineiros e baianos, dificilmente os prejuízos serão recuperados, pois o período chuvoso naquelas regiões chegou com atraso e as médias pluviométricas diminuem ano a ano.