Na foto, Leonardo e Aline com a filha Maria Clara, que é atendida pelos serviços do Craid| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Aproximadamente 300 crianças e adolescentes com deficiências visuais do Paraná podem perder definitivamente o acesso ao serviço de reeducação visual, que era oferecido pelo Centro Regional de Atendimento ao Deficiente (Craid), mantido pelo governo do Paraná. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) suspendeu o serviço, que seria retomado em fevereiro, após as férias escolares.

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A Sesa informou que uma reunião deve ser realizada por equipes do governo na manhã de quarta-feira (1.º), mas não há garantias de que o programa será retomado.

Os pais das crianças e adolescentes que frequentavam a reeducação visual foram avisados pelas próprias professoras de que o programa seria encerrado. Na manhã desta terça-feira (31), eles se reuniram com objetivo de iniciar uma mobilização e tentar evitar o fim do serviço.

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“Foi uma surpresa para todos nós. [O serviço] estava prestes a retornar. As professoras entraram em contato, dizendo que o serviço seria fechado, porque as elas seriam devolvidas às escolas e voltariam para as salas de aula normais”, disse a nutricionista Aline Flores Patschiki, mãe da menina Maria Clara, que frequentava a reeducação visual. “A sensação é de revolta, porque era um serviço de qualidade”, destacou.

O serviço de reeducação visual era prestado pela Sesa, a partir de um convênio com a Secretária de Estado da Educação (Seed), que cedia professores para o programa. A Seed não confirmou se os educadores foram convocados para retornar às salas de aula. Até o ano passado, 303 crianças e adolescentes eram atendidos.

Maria Clara , filha de Aline, nasceu com dois problemas na visão: corectopia e estrabismo. Ela tem dois anos e meio e desde os seis meses frequentava as sessões de reeducação visual. “No caso da minha filha, o serviço impediu que ela tivesse perdas visuais. A oftalmologista dela disse que o desvio dela caiu pela metade por causa deste tratamento”, disse Aline.

A nutricionista aponta que os pais não sabem o que fazer, caso o serviço seja cortado definitivamente pelo governo. Ela destaca que a maioria dos atendidos pelo programa diz respeito a pessoas carentes, que não teriam recursos de custear um tratamento particular.

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“Tem muitas mães de filhos multideficientes. São pessoas que vão ficar sem ter o que fazer”, apontou Aline.