O Ministério da Saúde confirmou neste sábado, por nota, a relação entre o vírus Zika e o surto de microcefalia que atinge o nordeste do Brasil.
O vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti - o mesmo que transmite a dengue -- foi identificado pelo Instituto Evandro Chagas, de Belém, em exames feitos em uma criança no Ceará que nasceu com microcefalia e outras doenças congênitas. “A partir desse achado do bebê que veio à óbito, o Ministério da Saúde considera confirmada a relação entre o vírus e a ocorrência de microcefalia”, diz a nota do ministério, afirmando ainda que as investigações irão continuar para esclarecer como é feita a transmissão do vírus, a infecção do feto e o período em que a mulher grávida está mais vulnerável. Uma análise inicial, revelou o ministério, aponta para os três primeiros meses de gravidez.
A revelação foi considerada de extrema importância para o ministério, já que confirma uma suspeita levantada por pesquisadores pernambucanos desde o início do surto de microcefalia no nordeste, no início deste ano. Este ano foram notificados mais de 700 casos de microcefalia no país.
A chegada do vírus Zika no Brasil, no ano passado, não causou grande alarme no setor de saúde do país. A doença, que causa coceiras e mal estar semelhante a uma gripe, era considerada uma parente mais fraca da dengue. Apenas após o surto de bebês com microcefalia é que o Zika vírus passou a chamar a atenção.
O ministério também confirmou duas mortes causadas pelo Zika. O primeiro caso é de um homem com histórico de lúpus e de uso crônico de medicamentos corticoides, morador de São Luís, do Maranhão. O segundo, de uma menina de 16 anos, do município de Benevides, no Pará, que morreu no final de outubro.
As mortes, causadas por um vírus aparentemente fraco em adultos, causaram surpresa e serão investigadas pelo ministério. Esta semana, um grupo de técnicos do Centro de Controle de Doenças, dos Estados Unidos, chegam ao Brasil para participar das investigações, a convite do Ministério da Saúde.