Repetindo a promessa de 2016, a gestão de Beto Richa (PSDB) projeta investimentos recordes para 2017. De acordo com o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), em trâmite na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), serão aplicados R$ 3,4 bilhões em obras no ano que vem. O dia a dia da gestão, porém, mostra que é muito difícil atingir esse número. Para o ano corrente, foram liberados R$ 3,1 bilhões em investimentos, mas até 30 de setembro, o valor efetivamente desembolsado foi de R$ 816,7 milhões, ou 25% do previsto.
Confira que áreas ganham e quais perdem no Orçamento 2017
Balanço de 2016 aponta 42% de investimentos empenhados
Ao apresentar as contas do governo do estado na Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (5), o secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, disse que o Executivo está lutando para “chegar o mais próximo possível” de efetivar os R$ 3,15 bilhões de investimentos previstos no orçamento de 2016. Até setembro – passado, portanto, 75% do ano −, o governo empenhou R$ 1,3 bilhão em investimentos. Ou seja, menos de 42% do total orçado. Segundo Mauro Ricardo, o crescimento desse índice vai depender da entrada de receitas extraordinárias – recursos de depósitos judiciais e da venda de ações da Copel e da Sanepar –, que estão lastreando os investimentos projetados para este e também para o próximo ano.
Os investimentos previstos são oriundos das empresas estatais ou de economia mista. A projeção indica que os principais recursos são da Copel, com R$ 2,2 bilhões; da Sanepar, com R$ 853 milhões; e da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), no valor de R$ 229 milhões.
O Orçamento geral para 2017 é estimado em R$ R$ 59,5 bilhões, crescimento de 9,2% em relação ao aprovado para 2016. Do total, R$ 47 bilhões irão para as despesas, R$ 9 bilhões para o Regime Próprio de Previdência Social e R$ 3,4 bilhões para investimentos. Segundo o texto, as secretarias e os demais poderes do estado terão a seu dispor R$ 43 bilhões.
A proposta chegou junto com outros projetos polêmicos, como a que prevê suspensão do reajuste salarial do funcionalismo público, conforme negociado em 2015. Baseado nos dados fiscais do segundo quadrimestre de 2016, que mostram dificuldade no caixa, o governo estadual diz que não é possível cumprir com os acordos firmados em lei.
Poder Judiciário
Apesar do crescimento previsto para 2017, a maior parte das pastas perderá recursos, na comparação com a LOA 2016. O Judiciário e o Legislativo também serão atingidos. Na segunda-feira, a Assembleia recebeu um projeto do governo estadual com uma emenda para reduzir o montante destinado aos demais poderes. A nova proposta retira o trecho “contemplando recursos de todas as fontes” para determinar a verba dos órgãos. Com isso, os repasses, que eram crescentes ano a ano, sofrerão queda. O contingenciamento de valores, feito ao longo de 2015 e 2016, causou embates entre Judiciário e Executivo anteriormente.
A verba para o Legislativo em 2017 está prevista em R$ 979 milhões, queda de 7,7% em relação ao liberado na LOA 2016. O Judiciário ficará com R$ 1,95 bilhão (variação de -3,2%). O Tribunal de Contas do Estado e o Ministério Público, porém, terão aumento de verba: 3,8% e 3,9%, respectivamente.
Entidades de classe se mobilizam contra projeto de Richa que suspende reajustes
Leia a matéria completaCortes
Pela proposta enviada pelo Executivo, a maioria das secretarias terá redução no orçamento disponível, na comparação da PLOA 2017 com a LOA 2016. Na pasta da Educação, por exemplo, a redução é de 4%; em Agricultura e Abastecimento, -11,7%; Desenvolvimento Urbano, -9,7%. No orçamento do ano passado, não havia rubrica específica da Secretaria da Família. As ações estavam abrigadas na pasta do Trabalho e Desenvolvimento Social. Esta foi desmembrada e parte das ações migrou para a Secretaria da Justiça e Cidadania. A comparação não é exata, mas somando os valores de todas elas, também haverá queda em 2017.
As secretarias que terão mais verba em 2017 serão a de Infraestrutura e Logística, Planejamento, Administração e Comunicação Social. O texto da PLOA está atualmente na Comissão do Orçamento da Alep.
STF decide sobre atuação da polícia de São Paulo e interfere na gestão de Tarcísio
Esquerda tenta mudar regra eleitoral para impedir maioria conservadora no Senado após 2026
Falas de ministros do STF revelam pouco caso com princípios democráticos
Sob pressão do mercado e enfraquecido no governo, Haddad atravessa seu pior momento
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora