| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo/Arquivo

Se por um lado se mostra disposto a negociar a questão salarial para encerrar a greve dos professores, o governo do estado pretende descontar dos docentes os dias parados desde o início do movimento, em 17 de outubro. Por ora, a intenção é lançar o desconto na folha de pagamento do mês que vem.

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Nesta quarta-feira (26), Executivo e servidores retomaram as negociações que haviam sido frustradas com a decisão dos professores de permanecer em greve, tomada em assembleia no último sábado (22). Pela primeira vez em semanas, foi aberta a possibilidade de o governo rever a decisão de suspender o reajuste salarial do funcionalismo previsto para janeiro – inflação de 2016 mais 1%. Qualquer eventual acordo, porém, está condicionado à volta imediata dos docentes às salas de aula.

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E essa posição do Executivo de descontar do salário dos professores os dias parados pode ter impacto na decisão da categoria de voltar ou não ao trabalho – a assembleia deve ocorrer nos próximos dias.

Segundo fontes do Palácio Iguaçu e da base aliada na Assembleia Legislativa, todos os dias parados serão lançados na folha de novembro. E, por ora, não há qualquer prognóstico de agir de modo diferente. Oficialmente, no entanto, a informação é tratada com reservas.

“Nada foi tratado sobre isso, apenas tratamos das questões salariais que poderão ser retomadas após o término da greve conforme manifestação no dia de ontem”, afirmou o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni.

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Reação

Do lado dos professores, o entendimento é de que essa postura do governo não colabora em nada para que seja encontrada uma solução para o imbróglio. Segundo a secretária educacional da APP-Sindicato, Walkiria Olegário Mazeto, o desconto dos dias parados precisa fazer parte da mesa de negociações – até agora esse assunto não havia entrado em pauta – por dois motivos: distensionar a relação entre as partes envolvidas e evitar um problema quanto à eventual reposição dos dias parados.

Walkiria explica que, diante da decisão do Executivo de descontar a paralisação do dia 29 de abril, data da Batalha do Centro Cívico, o calendário escolar de 2015 foi concluído com 199 dias em vez dos 200 exigidos legalmente. “Isso não é algo que o governo possa decidir arbitrariamente. O 29 de abril foi reposto, mas os trabalhadores não receberam, além de haver decorrências quanto ao cumprimento legal do calendário escolar”, afirma. “Se o governo quer mesmo resolver a greve e negociar com a categoria, essa posição não ajuda em nada. Temos total disposição em fazer a reposição dos dias parados, mas eles precisam demonstrar vontade de negociar.”