Uma mulher de 20 anos, grávida de seis meses, foi assassinada, na manhã desta sexta-feira (10), no bairro Tatuquara, em Curitiba. Thais Yuliane Walter foi morta com um tiro na região da têmpora esquerda, minutos depois de ter deixado a filha de sete anos em uma escola, próximo ao local onde o crime ocorreu. A polícia descartou a hipótese de assalto e trata o homicídio como uma execução.
O corpo de Thais foi encontrado por volta das 7h45, na Rua Antonio Zanon, próximo ao cruzamento com a Estrada Delegado Bruno de Almeida, por pessoas que passavam pelo local. A mulher estava caída de costas sobre a calçada. De acordo com a polícia, o tiro foi disparado próximo ao olho esquerdo e atravessou a cabeça da vítima.
Na via, que liga as vilas Zanon e Pompéia, há poucas residências e muitas chácaras. De acordo com a delegada Camila Cecconello, da Delegacia de Homicídios, não há testemunhas do crime. A polícia apurou que a vítima levou a pé a filha à Escola Municipal Governador Leonel Brizola, que fica na mesma rua. Quando retornava à casa, que fica a pouco mais de um quilômetro da unidade de ensino, a mulher foi assassinada.
Hipóteses
Thais trajava chinelos, bermuda e camiseta, e não portava documentos. A polícia descartou que a mulher tenha sido morta durante um assalto. "Ela não portava nenhum objeto de valor. Pelo que apuramos, a única coisa levada foi uma camiseta da filha que ela carregava", disse a delegada.
A vítima era casada pela segunda vez e morava com o marido, o sogro, a filha e um filho do primeiro casamento. Segundo a polícia, a mulher não tinha qualquer desavença com familiares, não tinha passagem pela polícia e nunca esteve envolvida com drogas.
De acordo com a delegada Camila, a polícia trabalha com duas hipóteses principais. A primeira se refere a conflitos de Thais com o ex-marido. A polícia apurou que, ainda neste ano, os dois discutiram várias vezes. "A possibilidade de o ex-marido estar relacionado a este crime, no entanto, é mais remota. Ele está desaparecido há mais de dois meses e a última briga dele com a vítima foi há cinco meses", explicou Camila.
A polícia aposta na segunda hipótese, que não pode ser revelada para não prejudicar as investigações. De acordo com a delegada, a mãe, o marido e o sogro de Taís foram ouvidos informalmente, ainda no local do crime, pela manhã. Familiares e vizinhos devem ser intimados para prestar depoimento a partir da semana que vem.
Local ermo e drogas
Moradores do Tatuquara reclamaram da falta de policiamento nas ruas do bairro, principalmente no início da manhã e no fim da tarde. Segundo eles, os vários matagais e lotes sem urbanização que predominam no local favorecem a ação de bandidos. Um caseiro que não quis ser identificado apontou que as pessoas evitam andar sozinhas. "Mas todo mundo precisa fazer suas coisas, então acabam saindo. É o caso desta moça [Thais] que precisava levar a filha à escola", disse
Para o comerciante Osnir Hankemaiel os assaltos cometidos nas ruas têm relação direta com as drogas. Ele aponta que pequenos roubos se tornaram frequentes e que casos de homicídio estão aumentando no bairro. "Tem entrado muita droga por aqui. E tem muito jovem roubando pra sustentar o vício ou virando traficante para ganhar a vida", disse.
Outro caso
Na quinta-feira, um outro caso de homicídio ocorreu no bairro Tatuquara, à luz do dia. Emerson Diego Emoski, de 24 anos, foi executado com cinco tiros dentro de casa, na Rua José Vidal Vanhoni. A mulher dele, Adriana Rubini, de 24 anos, tentou impedir o crime, também foi baleada e está internada em estado grave.
Segunda a polícia, além do casal, a mãe de Adriana também morava na casa. Por volta das 11h45, três homens armados entraram na residência e foram direto a Emoski e efetuaram os disparos. A mãe de Adriana se escondeu em um dos quartos e foi poupada pelos bandidos, que fugiram em um Marea preto.
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