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A moça foi internada em uma clínica psicológica e responderá criminalmente por posse ilegal e disparo de arma de fogo | Antônio Costa/Gazeta do Povo
A moça foi internada em uma clínica psicológica e responderá criminalmente por posse ilegal e disparo de arma de fogo| Foto: Antônio Costa/Gazeta do Povo

Mulher parou a Praça Osório no Centro de Curitiba depois de atirar e ameaçar se matar

Emanuele Gabardo, a grávida que disparou um tiro de pistola na Praça Osório, Centro de Curitiba, na tarde de segunda-feira (4), causando o bloqueio das ruas ao redor, responderá criminalmente pelo disparo e por posse ilegal de arma de fogo. De acordo com a Polícia Militar (PM), ela deve se apresentar à Polícia Civil assim que for liberada da clínica onde foi internada para tratamento psicológico.

O coronel Jorge Costa Filho, chefe do Estado Maior do Comando de Policiamento da Capital, da PM, afirma que o procedimento é considerado normal, sem diferenças pelo fato de Emanuele ser filha de policiais militares. "Além do tratamento psicológico, ela está grávida e precisa de acompanhamento médico", explica. "Enquanto isso, ela está sendo monitorada por policiais civis". De acordo com o coronel, a polícia mantém contato com familiares de Emanuele, que já teriam providenciado um advogado para a apresentação da jovem.

A pistola utilizada por Emanuele durante a ameaça de suicídio, de acordo com Costa, era da mãe, a soldado Silvana Gabardo, da Central de Operações da PM (Copom). Segundo o coronel, um procedimento administrativo será aberto para apurar em que circunstâncias Emanuele tomou posse da arma. "A mãe dela não cometeu nenhum tipo de crime. Ela tem autorização legal para ter a pistola", conta.

Além da mãe, o pai de Emanuele, capitão Mário Luiz Fonseca, também é policial militar, da Cavalaria da PM. Segundo informações de um familiar da jovem, que não quis se identificar, os pais são separados há cerca de dez anos, e a jovem vive atualmente com a mãe e o padrasto, sargento Esio Bianchini, também da PM.

De acordo com o coronel Costa, tanto o pai como a mãe da jovem tabalham há quase 25 anos na PM e jamais tiveram problemas de conduta. "Sobre problemas familiares eu não posso comentar nada, não tenho conhecimento. Mas do ponto de vista profissional, não temos nada do que reclamar", diz.

Emanuele está grávida de cinco meses de uma menina, que deve ser batizada de Luiza. O pai da criança também seria policial militar, de acordo com a família da jovem.

Na segunda-feira (4), Emanuele mobilizou policiais civis e militares durante mais de quatro horas na Praça Osório, enquanto ameaça se matar por causa do fim de um relacionamento com seu namorado. Por volta das 20h, ela furou um bloqueio policial se chocando contra uma moto da PM. A polícia perseguiu a mulher com viaturas descaracterizadas. No final da noite ela entregou a arma para a mãe. A família seguiu diretamente para a clínica de tratamento psicológico, que não teve a localização divulgada.

"A operação foi um sucesso, pois ninguém saiu ferido", declara Costa. O nível de stress da situação era considerado alto pelo Coronel. "Vizinhos dos prédios ao redor da praça gritavam para ela 'parar de incomodar'", conta o policial.

Para Costa, a delegacia que deve atender o caso é o 1º Distrito Policial, que cuida da zona central de Curitiba. Até ás 20h30, a PM não havia apresentado Emanuele, impossibilitando o trabalho dos investigadores.

FamíliaOs pais de Emanuele não responderam os recados deixados pela reportagem da Gazeta do Povo. O celular da irmã, Larissa, está desligado. Duas tias de Emanuele afirmaram apenas que ela é uma "boa aluna de Direito", mas disseram ter pouco contato com a sobrinha.

Uma conhecida de Emanuele conta que é a quarta vez que ela tenta tirar a própria vida. A primeira aconteceu há seis anos, quando Emanuele tentou se jogar do viaduto do Xaxim.

Três anos mais tarde, Emanuele teria tentado tomar uma overdose de remédios controlados.

Na semana passada, Emanuele ameaçou se matar com uma arma -desta vez, uma PT100 calibre .40- no quarto de casa. A polícia de choque foi acionada, mas quem mediou a negociação foi o chefe dela, Fernando Franceschini, da secretaria municipal antidrogas.

Segundo a pessoa próxima de Emanuele que não quis se identificar, todas as tentativas foram motivadas por brigas com namorados.

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