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Grávidas que se exercitam têm filhos mais inteligentes, diz estudo

Testes mostram que filhos de mães atletas aprendem mais rápido | /Bigstock
Testes mostram que filhos de mães atletas aprendem mais rápido (Foto: /Bigstock)

Futuras mães já devem ter ouvido de seus médico que as atividades físicas durante a gestação, em geral, trazem diversos benefícios, como a melhoria da capacidade respiratória e de recuperação pós-parto. Pesquisas se debruçam agora sobre os benefícios dos exercícios físicos na gestação para os filhos e algumas já apontam que eles podem favorecer o desenvolvimento intelectual dos descendentes.

“Fizemos um trabalho baseado em evidências de que filhos de mães atletas eram mais leves e tinham capacidade maior de resolver problemas. Testamos isso em ratos e, quando colocávamos os filhotes para resolver problemas cognitivos, os de mães que se exercitavam (corriam) tinham vantagem em relação aos filhos de mães sedentárias”, explica o neurocientista Sérgio Gomes da Silva, do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein .

As habilidades cognitivas testadas por Silva e sua equipe foram a capacidade de encontrar a saída de um tanque e a de se habituar com determinados objetos. Em ambos os casos, os filhotes de ratas que se exercitaram durante a gestação foram significativamente mais velozes do que os outros. Segundo os pesquisadores, isso se deve à maior presença de fatores neurotróficos derivados do cérebro (proteínas que contribuem para a formação de novos neurônios) e um maior número de células neuronais no hipocampo, importante área relacionada à memória.

Agora os pesquisadores estudam como os exercícios físicos da mãe criam essas condições no cérebros dos filhotes.

Humanos

Em humanos, a relação entre a prática de exercícios físicos durante a gestação e o melhor desenvolvimento intelectual de bebês foi verificada pelo menos nos primeiros anos de vida. Uma pesquisa desenvolvida em Pelotas com gestantes e todos os recém-nascidos do ano de 2004 confirmou que o desenvolvimento da criança é melhor durante o primeiro ano de vida e que, por volta dos quatro anos, o QI dos filhos de mães ativas também é superior.

Inicialmente, a pesquisa considerou apenas a atividade/inatividade das mães, incluindo depois na avaliação fatores como renda familiar e escolaridade da mãe. Com isso, a diferença entre o desenvolvimento intelectual das crianças foi significativa apenas até o primeiro ano de vida.

“Depois, o desenvolvimento continua sendo superior, mas se dilui, o que acaba reforçando a ideia de que quanto mais novo o bebê, mais ele é um efeito do que foi a gestação. Quando começamos a envelhecer, outros fatores influenciam”, explica o educador físico responsável por esta parte do estudo e professor da Universidade Federal de Pelotas, Marlos Domingues Rodrigues.

No entanto, como a pesquisa é feita a longo prazo, o pesquisador acredita que há possibilidade novas descobertas. “Pode ser que, daqui alguns anos, refazendo as análises [com as crianças mais velhas], descubramos que existe uma relação forte. Começamos esses estudos sem saber exatamente para onde vamos”, explica.

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