Os guardas municipais de Curitiba entraram no terceiro dia de greve nesta quarta-feira (24). Na noite de terça-feira (23), a prefeitura fez uma nova proposta ao Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc), mas o comando de greve rejeitou e a paralisação segue por tempo indeterminado. Uma nova passeata será feita na manhã desta quarta até a sede da prefeitura, no Centro Cívico.
Desde as 8 horas os guardas municipais se concentram na Praça Tiradentes. Com apitos, faixas e carro de som, os grevistas chamam a atenção das pessoas que passam pela praça sobre a greve. De acordo com a secretária de assuntos jurídicos do Sismuc, Irene Rodrigues dos Santos, a passeata sairá da Praça Tiradentes por volta das 11 horas com destino à prefeitura. "Vamos ficar concentrados em frente ao prédio da administração municipal e às 15 horas vamos fazer uma assembleia para discutir os rumos do movimento", afirmou.
Irene afirmou que 70% dos guardas municipais seguem parados nesta quarta-feira. A categoria pede a implantação de um piso salarial de R$ 1,3 mil, mais gratificação por segurança. Na reunião de terça-feira, a prefeitura ofereceu 8% de aumento, que elevaria os salários da categoria de R$ 710 para cerca de R$ 767.
A prefeitura argumenta que a proposta oferecida, somada à gratificação por risco que a categoria recebe, chegaria aos R$ 1,3 mil reivindicados pelos guardas municipais. O sindicato, no entanto, aponta que os trabalhadores querem piso-salarial de R$ 1,3 mil, mais a gratificação.
De acordo com o Sismuc, a nova proposta da prefeitura (a anterior era de aumento de 6%) não agradou a categoria. "A nova proposta não traz nenhum fato novo. Eleva de 6% para 8%, mas compromete o reajuste do ano que vem. O valor é muito baixo", disse Irene. A secretária disse que o sindicato deixou uma proposta na mesa de negociação e agora depende da prefeitura.
Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, o Sismuc apresentou na reunião de terça-feira uma contraproposta com pedido um reajuste real de 15% em abril de 2009, de 20% em 2011 e 20% em 2012. "Vamos analisar, mas é um pedido muito alto. A prefeitura está aberta para a negociação, mas obviamente as propostas têm que ser razoáveis", afirmou o secretário de Recursos Humanos, Paulo Schmidt, ao site de notícias da prefeitura.
Decisão judicial
Na sexta-feira (19), o juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública, Roger Vinícius Pires de Camargo Oliveira, deu uma decisão favorável à prefeitura e proibiu a greve dos guardas municipais, sob pena de multa diária de R$ 10 mil ao sindicato.
O Sismuc recorreu da decisão, mas ainda não houve resposta quanto ao recurso. Segundo o sindicato, a prefeitura ainda não executou a multa prevista pela Justiça. O Sismuc afirmou que se não conseguisse reverter a decisão judicial iria manter a greve e pagar a multa.
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