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Os serviços do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR) foram suspensos nos postos avançados do Hauer, em Curitiba, de Maringá e Londrina, nas regiões Noroeste e Norte do estado, a partir desta segunda-feira (15). A medida foi adotada por causa da greve dos servidores do órgão. De acordo com o Detran, os funcionários dessas unidades foram remanejados para garantir rapidez no atendimento em outros postos. Houve problemas e lentidão em postos do órgão em várias cidades do interior.

Em Curitiba, o atendimento continua nas unidades Centro (na Rua João Negrão, 246) e Fazendinha (na Rua da Cidadania). Segundo o Detran, os serviços estão sendo ofertados normalmente na sede do órgão, no bairro Tarumã. No interior, as Ciretrans de Londrina e Maringá seguem em funcionamento e receberam reforço dos servidores dos postos que estão fechados.

O fechamento do posto avançado do Detran em Maringá pegou algumas pessoas de surpresa. Segundo a instrutora da autoescola Brasília Adélia Kurota, alguns dos clientes tinham serviços agendados para esta manhã de segunda-feira (15). "Ninguém foi avisado que esse atendimento não iria ocorrer. As pessoas chegaram lá [no posto de atendimento avançado] e encontraram as portas fechadas."

Segundo a funcionária, os serviços que estavam agendados para esta segunda-feira(15) foram realizados no Ciretran. "Hoje, ainda, as pessoas conseguiram ser atendidas. Mas acho que a situação deve piorar a partir de amanhã [terça-feira]." Segundo Adélia, desde o início da greve dos servidores do Detran, pelo menos 80% dos procedimentos realizados pela autoescola Brasília foram suspensos. "Temos alunos que precisam finalizar cursos de especialidade para motofrete e mototáxi, por exemplo, e não conseguem por causa da greve. Assim, eles ficam impossibilitados de trabalhar também."

De acordo com a assessoria de imprensa do Detran, os atendimentos estão sendo feitos no Ciretran do Município, mas com filas e atraso. Na tarde desta segunda-feira (15), 24 funcionários trabalhavam na unidade municipal do órgão. O Detran ainda recomenda que as pessoas que não conseguirem fazer os exames agendados devem procurar os centros de formação para reagendá-los, sem custo algum. O diretor do Ciretran de Maringá, José Zacarin, não quis comentar a situação.

Ponta Grossa

Em Ponta Grossa, os servidores aderiram à greve proposta pelo Sindicato dos Servidores do Detran (Sisdep) e o atendimento ficou prejudicado. Desde o último dia 5, apenas os serviços essenciais são mantidos. Os números de funcionários e de usuários atendidos diariamente estão reduzidos. Os funcionários mantêm o atendimento de solicitações como o primeiro emplacamento, a renovação de carteira vencida há mais de mês, a entrega e recebimento de carteiras cassadas e suspensas e liberação de veículos apreendidos.

Conforme informação da chefia da Ciretran de Ponta Grossa, durante o período de greve são realizados em média 100 atendimentos diários, contra os 500 que ocorrem rotineiramente, e perto de cinco servidores estão em atividade, sendo que normalmente a Ciretran conta com 15 servidores em serviço diariamente. Com o serviço reduzido, a greve afetou mesmo aqueles que procuram os atendimentos essenciais. O policial militar Luís Martins, de Ponta Grossa, procurou a Ciretran na tarde desta segunda (15) para liberar um ônibus de sua propriedade apreendido na semana passada pela Polícia Rodoviária Federal. O ônibus é usado para o transporte de uma banda musical. "Desde quinta-feira passada estou tentando liberar o ônibus, mas está difícil", afirma o usuário. Martins foi ontem pela segunda vez ao órgão e diz que pretende voltar durante a greve até que seja atendido.

A representante do Sisdep em Ponta Grossa, Silvia Penerotti, confirmou que o movimento será mantido até quarta-feira (17) quando haverá nova assembleia. Segundo ela, as Ciretrans de Londrina, Cascavel, Foz do Iguaçu e Maringá tiveram remanejamento de servidores porque concentram os maiores fluxos de usuários do interior. Ponta Grossa, até o momento, realiza os serviços com os servidores do quadro próprio da Ciretran.

Foz

Na segunda semana de greve nos serviços da Ciretran em Foz do Iguaçu, despachantes começam a contabilizar os prejuízos. Com a suspensão dos serviços de regulamentação e transferência de veículos, mais de 300 processos por dia acumulam em cada um dos 18 despachantes da cidade. O acúmulo dos serviços nos despachantes acaba afetando diretamente a categoria dos guias de turismo, taxistas e mototaxistas.

"No caso dos operadores de turismo, que precisam do documento no nome deles para que possam trabalhar em seus carros, acabam ficando impedidos de circular". A fiscalização do Certificado de Registro de Veículos é feita pelo Foztrans, e também exigida de taxistas e mototaxistas. "Esse documento demorava em torno de 3 a 4 dias para sair e agora está tudo parado", disse o presidente da delegacia de Foz do Sindicato dos Despachantes, Edson Manarim.

Além disso, todo processo de transferência de propriedade, por exemplo, além de pedidos para segundas vias de documentos e primeiro emplacamento para carros zero, vem sendo acumulados nos escritórios. O prejuízo financeiro também começa a apertar. "Estamos acostumados com giro por dia de dinheiro. E agora, como o serviço não é concluído, não há pagamento, não recebemos os honorários", explica.

Na última sexta-feira o diretor financeiro do Sindicato dos Servidores do Detran em Foz do Iguaçu, Dênis Augusto Buss Barua entregou ao governado Beto Richa – em visita à cidade - uma carta pedindo pela intervenção do governo nas conversações sobre a greve. "A diretoria geral do Detran e sindicato não estão se entendendo num comum acordo, e esperamos que até quarta quando está agendada nova reunião uma nova proposta seja feita", disse Barua.

Serviços

A situação no interior é mais complicada e apenas os serviços essenciais são ofertados. São eles: liberação de veículos apreendidos, os exames práticos para obtenção da primeira Carteira Nacional de Habilitação (CNH) que vencem em 30 dias, a liberação de CNH suspensa e a renovação de CNH vencida há mais de 30 dias.

Uma alternativa é utilizar os serviços disponíveis na internet: segunda via da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), segunda via do Certificado de Licenciamento e Veículo (CRLV), Permissão Internacional para Dirigir (PID) e emissão da CNH Definitiva.

A greve

A paralisação começou em 5 de abril e foi considerada ilegal pelo Tribunal de Justiça do Paraná no mesmo dia. A ação determinou o fim imediato da manifestação. A multa diária é de R$ 10 mil em caso de descumprimento pelos grevistas.

De acordo com o Sindicato dos Servidores do Detran do Paraná (Sisdep), a entidade decidiu acatar a determinação do TJ-PR, mas os servidores votaram, por unanimidade, pela continuidade da paralisação.

Uma nova reunião entre representantes do Detran e do Sisdep foi marcada para a manhã de quarta-feira (17). À tarde, a categoria fará mais uma assembleia para avaliar se encerra ou segue com a greve.

O diretor-geral do Detran, Marcos Traad, criticou a decisão dos servidores. "Esta decisão desrespeita a Justiça e, principalmente, os cidadãos paranaenses", afirmou o dirigente em nota. Traad fez questão de reforçar que o governo e o órgão estão fazendo seu papel na negociação com o sindicato.

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