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Grupo conseguiu retirar a barricada para retomar o prédio | Alexandre Mazzo/Gazeta do Povo
Grupo conseguiu retirar a barricada para retomar o prédio| Foto: Alexandre Mazzo/Gazeta do Povo

Um grupo de estudantes contrários à tomada do prédio da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), no centro de Curitiba, conseguiu forçar a entrada por volta das 9h30 deste sábado (19). O local havia sido tomado por manifestantes na noite de sexta-feira (18) por alunos da graduação e do ensino médio e também por pessoas ligadas a outros movimentos não diretamente relacionados à UTFPR. A ação não tem a anuência do Diretório Central Estudantil (DCE), que havia deliberado pela não ocupação forçada do espaço.

O sábado está sendo de muita tensão na UTFPR. No momento mais crítico, a explosão de uma bomba de são-joão dentro do câmpus, na briga entre os dois grupos de estudantes, fez com que a segurança da universidade requisitasse a intervenção policial. A professora Denise Maria Maia, do Departamento de Economia da universidade, ficou ferida, atingida por um estilhaço da bomba.

O clima de acirramento entre os dois grupos aumentou no teatro da UTFPR. Integrantes do grupo que tomou a universidade se concentraram no auditório. Estudantes contrários ocuparam a área interna do acesso ao auditório, isolando os adversários. Mas outros alunos favoráveis à tomada da universidade se posicionaram no portão do teatro, ilhando os contrários.

Foi quando a bomba são-joão foi solta na área interna do acesso ao auditório – o que feriu a professora Denise Maia. A explosão fez com que a segurança da UTFPR chamasse a polícia para intervir – o que até o momento não ocorreu. Não há a confirmação de quem foi o responsável por soltar a bomba.

Discurso pacificador

A situação começou a ficar menos tensa após o pró-reitor Sandroney Fochesatto discursar aos dois grupos tentando pacificá-los. Ele assegurou que a direção da UTFPR não ia tomar partido de nenhum dos dois lados, mas apenas queria garantir a integridade das instalações, a segurança dos estudantes e a realização do vestibular da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), marcado para este domingo (20) no prédio tomado pelos manifestantes.

Após o discurso, os estudantes contrários à invasão começaram a deixar o prédio. Os invasores gritaram: “Ocupar, resistir”. Os contrários responderam: “Trabalhar e produzir”. Mas eles permanecem na área externa do prédio.

Isso porque, quase ao mesmo instante, veio a notícia de que a Justiça havia determinado a reintegração de posse do prédio. Até o momento, porém, isso não ocorreu.

Como foi a manhã

Estudantes que foram para a aula na manhã deste sábado se concentraram em frente ao prédio. Alguns tentaram abrir o cadeado para entrar, mas professores impediram para evitar confrontos. À medida que crescia a quantidade de pessoas que chegava ao local, a pressão para entrar também aumentava. Um grupo conseguiu passar pela porta de acesso e tirar a barricada que impedia a entrada. Acuados, os cerca de 30 manifestantes que estavam no prédio seguiram em direção ao ginásio e fecharam uma porta de acesso. Eles querem uma hora de prazo para realizar uma assembleia e consultar advogados. Os professores que intermediam as negociações concordaram com a proposta, mas alguns alunos contrários à tomada do prédio exigem a desocupação imediata.

Alexandre Pohl, diretor de pesquisa da UTFPR, tenta estabelecer o diálogo entre os dois grupos. Carlos Henrique Mariano, assessor de assuntos estudantis da UTFPR, também está conversando com os alunos. O reitor Luiz Alberto Pilatti não participa diretamente das negociações porque está a caminho da Costa Rica para um evento.

A reportagem da Gazeta do Povo conversou com dois manifestantes que estão no prédio. Ambos disseram ser alunos da UTFPR e reforçaram que o movimento agiu para protestar contra a medida provisória do governo federal que altera o ensino médio, contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) de Corte de Gastos Públicos, em discussão no Congresso Nacional, contra o projeto da “Escola sem Partido”, em busca de visibilidade e de fomentar a debate acadêmico na UTFPR.

Entenda o caso

Cerca de 70 pessoas tomaram o campus Curitiba da Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UTFPR), na Avenida Sete de Setembro, por volta das 23 horas de sexta-feira (18). O ato ocorreu logo depois do último horário de aulas. Discutida em assembleias internas em dois momentos, a ocupação do campus Centro da UTFPR havia sido descartada pela maioria dos estudantes.

Uma foto publicada pela página “Ocupa UFPR”, no Facebook, mostra duas pessoas com rosto coberto usando blocos de concreto para obstruir uma porta do prédio. Parte do grupo que participou da tomada do campus usava máscaras.

Em outra página do Facebook, “Ocupa UTFPR - CWB”, foi apresentado um manifesto que seria do grupo que tomou o prédio da universidade, dizendo ser “parte do movimento estudantil da UTFPR. A presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UTFPR, Ana Carolina Spreizner, disse à Gazeta do Povo que o grupo é composto por estudantes ligados a movimentos independentes. Ou seja, sem ligação a centros acadêmicos ou ao diretório.

Na noite de 4 de novembro, a direção da UTFPR chegou a determinar a evacuação do campus Curitiba para evitar que o prédio fosse invadido. A medida foi tomada para garantir a realização no local do Enem, que ocorreria nos dois dias seguintes. A prova foi aplicada sem problemas.

  • Estudantes contrários à invasão se reúnem no portão do UTFPR.
  • Barricadas feitas por grupo que invadiu a UTFPR.
  • Alunos contrários à invasão desmontam barricadas.
  • Grupo contrário à invasão entra no prédio.
  • Enfrentamento entre grupo que invadiu o prédio e estudantes contrários ao movimento.
  • Representante do grupo invasor tenta argumentar.
  • Manifestantes mascarados e as barricadas que eles montaram.
  • Integrantes do grupo que invadiu a UTFPR.
  • Estudantes contrários à ocupação consertam porta danificada e colocam bancos usados como barricadas no lugar.
  • Tensão do lado de fora antes da confusão.
  • Por alguns minutos, quem estava dentro da UTFPR não saia e quem estava fora não entrava.
  • Alunos contrários à ocupação forçaram a entrada: houve empurra-empurra.
  • O acesso ao teatro da UTFPR foi foco de tensão entre os invasores e os estudantes contrários. Uma bomba de são-joão chegou a explodir, ferindo uma professora.
  • Momento de tensão entre os manifestantes e o grupo contrário à invasão.
  • Empurra-empurra entre os manifestantes e o grupo contrário à invasão.

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