O guarda municipal Roni Fernandes de Freitas, que morreu na tarde desta sexta-feira (10), depois de um assalto ocorrido no Centro de Curitiba, era reconhecido na sua corporação por sua atuação em defesa dos direitos humanos e de minorias. Grisalho e de fala tranquila, o agente era apontado por colegas como uma pessoa equilibrada e coerente, que se notabilizou por sua luta irrestrita pela igualdade. Ele estava na Guarda Municipal (GM) havia seis anos e completaria 51 anos de idade no início de setembro. Antes, Fernandes de Freitas já havia integrado a Polícia Militar (PM).
“Ele era um ativista dos direitos humanos, com uma atuação sempre pautada pela defesa do cidadão. Ele pensava sempre no ser humano em primeiro lugar. Ele manifestava até preconceito contra quem era radical contra as minorias”, disse o diretor da GM, inspetor Cláudio Frederico de Carvalho.
Pouco antes do incidente que terminou com a sua morte, Fernandes de Freitas participou de um curso chamado Estágio de Qualificação Profissional, da própria GM. Após a aula, ele foi conversar com o diretor da corporação e pediu que fosse destacado para o serviço de rua: queria estar mais perto da população.
“Ele estava atuando mais internamente e queria estar mais próximo do cidadão. Ele acreditava que poderia ajudar mais assim”, lembrou Frederico de Carvalho.
Em 2010, Fernandes de Freitas participou de uma audiência pública na Câmara de Curitiba, em que defendeu a humanização das políticas públicas na cidade e a criação de uma Secretaria Municipal de Direitos Humanos. Na ocasião, o guarda também manifestou preocupação com a falta de valorização dos agentes.
“Ele sempre se colocou como um defensor dos direitos humanos e, inclusive, chegou a entrar em choque com outras pessoas dentro da corporação por causa disso”, apontou o guarda Isaías Oliveira.
Câmeras filmaram assalto que terminou com morte de guarda
Imagens captaram o instante do roubo e da fuga do roubo cometido na tarde desta sexta-feira (10)
Leia a matéria completaO guarda teria ido ao Centro para almoçar e, à tarde, faria um teste físico. Segundo testemunhas, depois de ter sido atingido pelo primeiro disparo, Fernandes de Freitas conseguiu sacar sua arma, mas teria pensado duas vezes antes de atirar. “Mesmo caído e sangrando ele ponderou se devia atirar ou não. Pessoas que presenciaram [a ocorrência] perceberam esse vacilo”, observou o diretor da GM.
Fernandes de Freitas era solteiro e morava com a mãe e com um irmão – que é paraplégico -, em uma casa no bairro Barreirinha. Nos últimos dez anos, ele tinha perdido o pai, que morreu vítima de um câncer, e um dos irmãos. Devotado, era ele quem cuidava da família.
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