Uma nova reunião na sexta-feira (4), na Prefeitura de Curitiba, deve debater algumas medidas para se aumentar a segurança dos guardas municipais que atuam na cidade. Na noite de terça-feira (1º), o guarda Joel Franklin, 51 anos, foi assassinado no Parque Barreirinha quando se preparava para assumir o posto no local. Este foi o quinto crime fatal contra um guarda municipal no período de um ano na capital paranaense.
Trabalhadores pertencentes ao Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc) reuniram-se na tarde desta quarta-feira (2) com representantes da Prefeitura. Ficou combinada uma nova conversa para a sexta-feira. Até lá, os sindicalistas devem fazer um levantamento com os locais de maior risco para os profissionais da categoria.
Os trabalhadores querem que os guardas municipais trabalhem sempre em duplas e também desejam a saída do coronel Itamar dos Santos, atual secretário municipal da Defesa Social. "Há algum tempo pedimos mais segurança para a Guarda Municipal e não fomos atendidos", diz a presidente do Sismuc, Marcela Alves Bomfim.
Em nota oficial, A Prefeitura de Curitiba lamentou a morte do guarda e prometeu buscar soluções para evitar que os guardas sejam vítimas da falta de segurança durante o trabalho.
O crime
Joel Franklin foi morto com dois tiros: um na face e outro no rosto. De acordo com informações da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) responsável pela investigação do caso por volta das 18h de terça o guarda chegou ao posto do Parque Barreirinha. Logo depois, ele teria sido abordado por dois rapazes que queriam saber se havia algum guarda municipal no local. Franklin respondeu que ele era o responsável pela segurança.
Perto das 19h30, outro guarda municipal chegou para entregar a arma da instituição para Franklin e o encontrou morto. Havia sinais de briga no local. O revólver pessoal e o colete balístico do guarda foram levados. Segundo a polícia, os dois responsáveis pelo crime fugiram em uma moto de cor escura.
"Ele estava em um lugar muito vulnerável. O parque é grande para um guarda só cuidar. Não tinha rádio, o celular não pegava e ele só podia fazer ligações para números fixos", conta o filho da vítima, Juliano Franklin. De acordo com o guarda Luiz Carlos Lima, é comum os servidores ficarem desarmados durante o trabalho. "Costumamos ficar cerca de uma hora sem arma, pois há um revezamento para se entregar o armamento oficial da corporação", afirma
O corpo do guarda assassinado foi velado na casa dele, em Colombo, onde Franklin vivia há 20 anos. O enterro foi realizado no final da tarde desta quarta no Cemitério Municipal Água Verde, na capital, e reuniu cerca de cem pessoas, entre amigos, familiares e companheiros de trabalho.
Joel Franklin trabalhava na Guarda Municipal há 16 anos. Ele deixa esposa, cinco filhos e uma neta.
Manifestação
Em razão da morte do guarda municipal, cerca de 150 trabalhadores da área organizaram um protesto nesta quarta-feira. Eles se concentraram em frente à sede da instituição, na Rua Presidente Faria, no Centro da cidade. Depois os servidores caminharam até a Prefeitura da capital. Um carro de som acompanhou todo o projeto.