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| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Mesmo com uma decisão judicial pela proibição da greve, expedida por uma desembargadora na sexta-feira (16) pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), guardas municipais de Curitiba cruzaram os braços na manhã desta segunda-feira (19). A categoria alega não ter sido notificada da decisão e manteve os planos de paralisação, decidida também na sexta-feira.

Eles se reúnem em protesto em frente à sede da prefeitura de Curitiba, no Centro Cívico. Segundo a diretora do Sindicato dos Servidores da Guarda Municipal de Curitiba (Sigmuc), Rejane Soldani, ficou estabelecido que a categoria manterá 43% dos 1,4 mil servidores trabalhando durante a greve. “A gente não recebeu a notificação judicial. Nosso departamento jurídico está cuidando do caso para manter a legalidade do nosso movimento”, afirma.

A diretora sindical relata ainda que será realizada uma assembleia no decorrer da tarde desta segunda-feira para discutir os rumos do movimento. “Queremos dialogar com o poder público para que possamos resolver esse impasse”, diz Rejane.

Taxistas também protestam em frente da prefeitura

Um grupo de taxistas também protestou na manhã desta segunda-feira (19) em frente da sede da prefeitura de Curitiba para pedir segurança. Isso porque na madrugada desse domingo (18), um taxista foi assassinado por dois duas pessoas que se passaram por passageiros.

O crime aconteceu no bairro Sítio Cercado, em Curitiba. Wuiliam Felipe Cardoso, de 23 anos, foi atingido por várias facadas e morreu dentro do carro em que trabalhava. O crime teria sido cometido por dois bandidos que se passaram por clientes. Taxistas promovem uma manifestação para pedir segurança.

No domingo (18), a categoria dos taxistas fez uma passeata com cruzes e faixas pretas nos carros, simbolizando o luto.

A paralisação é uma resposta ao Decreto Municipal 888/2015, que alterou a jornada de trabalho da categoria e mudou a forma de pagamento de horas extras. Isso provocou, segundo o Sigmuc, quebra da isonomia entre os servidores que trabalham de segunda-feira a sexta-feira e os que trabalham por escala 12 por 36 horas. O sindicato estima que as medidas tomadas devem impactar em redução entre R$ 300 a R$ 800 em média por mês da remuneração dos membros da categoria. O sindicato luta para que o decreto seja revogado. “Esse decreto foi unilateral, não teve negociação alguma com a categoria”. ressalta Rejane.

Além dessa queixa, o Sigmuc cobra que algumas promessas do poder público possam se concretizadas, como a construção de uma academia para o preparo dos guardas municipais e a implantação módulos da Guarda em todos os bairros da cidade. “Acho que é difícil isso acontecer”, diz Rejane.

A previsão para investimentos na Secretaria Municipal da Defesa Social para o ano que vem corresponde a 0,034% do orçamento total previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2016. “Dos R$ 125 milhões destinados a secretaria, mais de 121 milhões correspondem a despesas com folhas de pagamento. Não teremos como ter investimentos de peso no próximo ano”, salienta a diretora do Sigmuc.

A decisão pela proibição da greve, sob pena de multa diária de R$ 7 mil, foi tomada pela desembargadora Maria Aparecida Blanco de Lima, acatando pedido da Procuradoria Geral do Município.

De acordo com a desembargadora, há uma “aparente abusividade do movimento paredista”, já que “muitas das reivindicações do sindicato foram atendidas pela municipalidade, ainda que não em sua totalidade”. “Do que fora colacionado nos autos não é possível inferir ter cessado as negociações entre as partes envolvidas, afim de justificar a deflagração da greve noticiada, requisito este necessário para legitimar a deflagração do movimento grevista”, escreveu ela.

Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
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