Pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), a previsão de crescimento populacional do Centro é tímida. O bairro cresce 0,2% ao ano bem abaixo da média de 1,3% da cidade e ganhará apenas 72 novos moradores por ano até 2020, passando de 33,5 mil residentes para 34,3 mil.
Para o mercado imobiliário, que voltou a investir no Centro há dois anos, no entanto, as perspectivas são mais otimistas e estão baseadas em uma clientela tradicional e constante (os estudantes de fora da cidade) e em um comportamento recente entre os moradores de Curitiba: a vontade de fugir do estresse do trânsito e de morar perto do trabalho. O resultado? Imóveis novos, com perfil bem diferente dos bairros e bastante valorizados, e antigos, com preço em conta, tanto para venda quanto para locação.
Novos
Os empreendimentos que estão sendo feitos, em geral, têm metragem compacta (entre 26 e 40 metros quadrados), 1 e 2 quartos, e garagem vendida separadamente com vagas que tendem a atender um terço dos moradores, já que boa parte deles não tem carro. O preço é bem valorizado: cerca de R$ 4 mil o metro quadrado útil, segundo Eduardo Quiza, diretor de Incorporação da Invespark, empresa que já tem quatro empreendimentos desse padrão na região e pretender construir mais.
Nos apartamentos antigos, que têm maior área útil e são a maior oferta no Centro, o preço médio de unidades de 1 quarto é de R$ 2.261 o metro quadrado e R$ 2.036, para os de 2 dormitórios, segundo dados do Sindicato da Habitação e Condomínios do Estado do Paraná (Secovi-PR), de julho deste ano, quando 600 imóveis foram ofertados para a venda no centro de Curitiba.
Locação
No mercado de aluguéis, o preço é mais em conta que a média da cidade. Um apartamento de dois quartos custa R$ 10,72 o metro quadrado, enquanto que a média da cidade para esse tipo de imóvel é de R$ 11,60. Moradora do Centro desde 2008, quando se mudou do bairro Água Verde, Fátima Galvão, uma das diretoras do Secovi-PR, diz que a infra-estrutura é a maior vantagem para se morar na região. Em relação à segurança à noite, que seria uma desvantagem, Fátima releva: "em que parte da cidade você pode andar tranquilamente depois das 22 horas?"