Se a preocupação da Justiça inglesa é a de garantir que Edyglaison Martins dos Santos receba tratamento para a Síndrome de Wiskott-Aldrich no Brasil, o problema está resolvido. O Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em nota oficial, informou ontem que "realiza, através do Sistema Único de Saúde (SUS), transplante de medula óssea, uma das modalidades de tratamentos para a síndrome".
"Não temos como avaliar o caso do garoto, mas há tratamento no Brasil para a doença e o Paraná é referência na América Latina no seu tratamento", afirma a coordenadora do Programa de Transplante de Medula Óssea em Doenças Genéticas do HC, a hematologista Carmen Bonfim. De acordo com ela, a doença em questão é um distúrbio genético raro de imunodeficiência ligado ao cromossomo X. A incidência é de 4 casos em cada 1 milhão de nascimentos. A síndrome costuma se manifestar de formas variadas. Pode haver alergias na pele, sangramentos na boca e no nariz, e manchas vermelhas pelo corpo, causadas pela baixa de plaquetas no sangue, além das chamadas infecções de repetição, causadas pela imunodeficiência.
Segundo Carmen, o HC já fez o tratamento de 20 crianças com Síndrome de Wiskott-Aldrich. O porcentual de cura é superior a 80%. Dependendo do tratamento e de como a doença se manifesta, há a expectativa de atingir a vida adulta, o que não acontecia há alguns anos, quando os pacientes não ultrapassavam os 15 anos. O tratamento pode começar com qualquer hematologista pediatra e, quando há indicação de transplante, o paciente deve ser encaminhado para o HC. (TC)
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