A decisão do presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati, que anulou a aliança do partido com o PMDB no Paraná, expôs com maior evidência a guerra interna dos tucanos no estado. O presidente da Assembléia, Hermas Brandão (PSDB) vai recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para assegurar a decisão tomada durante convenção estadual do partido, realizada na última quinta-feira, que o confirmou como candidato a vice do governador Roberto Requião (PMDB) e indicou Alvaro Dias (PSDB) candidato da coligação ao Senado.
Neste sábado, a disputa interna entre as duas alas em que se dividiram os tucanos a que defende a aliança com o PMDB e a que pretende apoiar informalmente a candidatura de Osmar Dias (PDT) ao governo ganhou lances judiciais. Atendendo a um pedido de Hermas, a Justiça expediu mandado de busca e apreensão da ata da convenção tucana. O mandado foi cumprido, pela manhã, no diretório estadual do PSDB.
O deputado estadual Valdir Rossoni, presidente do partido e contrário à aliança com Requião, declarou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o pedido de Hermas foi "precipitado e desnecessário". Segundo Rossoni, a ata, respeitando a decisão da convenção estadual, será registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) até o prazo final, na próxima quarta-feira.
Hermas rebateu, afirmando que "exagerada foi a posição dele [Rossoni]". Na sexta-feira, antes de dar conhecimento formal ao partido da decisão de Jereissati, o presidente do PSDB paranaense foi à convenção estadual do PDT com o documento e declarou apoio a Osmar. Hermas afirmou estar confiante que o TSE manterá a decisão tomada pelos convencionais do partido.
A reportagem apurou que, além de Rossoni, o deputado federal Luiz Carlos Hauly articulou a intervenção no diretório estadual. O principal argumento foi de que a aliança com Requião não garante palanque no Paraná para o candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin.
O próprio governador faz questão de alimentar essa desconfiança. Neste sábado, durante ato do PMDB na Boca Maldita, centro de Curitiba, Requião declarou que ainda não se decidiu nem por Alckmin e nem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Estou esperando as propostas dos dois. Ainda não vi proposta nenhuma sobre os assuntos de interesse do Paraná, como o Porto de Paranaguá e os pedágios", afirmou.
O ato tinha o pretexto de "organizar a torcida" para o jogo do Brasil contra a França, pela Copa do Mundo, e "apresentar aos paranaenses" os candidatos a governador, vice-governador e ao Senado. Havia sido marcado antes da intervenção federal no PSDB. Hermas chegou ao ato próximo de seu final. Alvaro Dias não compareceu.
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