Veras é apontado como principal fornecedor de uma quadrilha que disputa pontos de tráfico no CIC| Foto: Felippe Aníbal/ Gazeta do Povo

Um jovem de 21 anos é acusado de fornecer armas de fogo para traficantes do bairro Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Ele foi detido na última sexta-feira (23) pela polícia em frente a um condomínio no CIC, mas a prisão foi divulgada apenas nesta segunda-feira (26). Segundo informações da Delegacia de Homicídios (DH), Carlos Augusto Veras teria entregue metralhadoras que foram utilizadas em pelo menos quatro assassinatos cometidos na Vila Nossa Senhora da Luz.

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No momento em que foi preso, Veras estava em um automóvel Audi A3, cujo porta-malas escondia um pacote 25 munições calibre 9 milímetros. Segundo a delegada titular da DH, Vanessa Alice, a munição é compatível com projéteis encontrados em locais de homicídios registrados no CIC. O pacote encontrado no veículo foi feito com um jornal paraguaio. Investigações apontam que Veras realizou diversas viagens ao país vizinho, onde provavelmente conseguia as armas e munições.

O rapaz também é acusado de participar diretamente de um homicídio cometido no bairro no último dia 6 de junho, quando Alessandro Machado foi assassinado com três tiros. De acordo com Vanessa, a vítima seria integrante de uma quadrilha ligada ao tráfico de drogas.

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Veras foi encaminhado para o Centro de Triagem II, em Piraquara, na região metropolitana. Ele vai responder por formação de quadrilha e porte ilegal de munição restrita.

Disputa

Desde maio, após a prisão de Éder Conde, apontado como o "Fernandinho Beira-Mar de Curitiba" e cabeça da principal quadrilha de tráfico da capital paranaense, uma disputa por pontos de venda de drogas teria se iniciado no CIC.

De acordo com a Polícia Federal (PF), Conde seria o responsável por distribuir 100 quilos de cocaína a cada três meses. Com a prisão dele, grupos menores teriam começado a brigar pelo comando do tráfico. Nesta disputa, destacam-se duas facções, segundo Vanessa.

"O grupo criminoso que ele entrega estaria sem munição, por isso, Veras teria ido ao Paraguai para providenciar a mercadoria. Com a prisão dele, esperamos que haja uma redução drástica do número de mortes violentas no CIC", disse a delegada.

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Números referentes até o fim de junho apontam que o CIC é o bairro mais violento da capital, com 66 homicídios registrados nos seis primeiros meses deste ano. Além de ser um bairro populoso (com 157 mil habitantes), o tráfico de drogas é um dos principais desafios enfrentados pelas autoridades.