Exames para confirmar caso de ebola serão feitos em Belém
O sangue do paciente com suspeita de ebola será coletado no instituto no Rio de Janeiro e transferido para o de Belém, que é especializado em vírus exóticos e foi selecionado pelo Ministério da Saúde como laboratório de referência para diagnosticar o ebola.
Unidade da Fiocruz é referência para tratamento de ebola
Nas últimas semanas, os infectologistas passaram por treinamentos sobre como tratar as pessoas contaminadas pelo vírus e participaram de palestras com profissionais que estiveram nas áreas epidêmicas.
Não há razão para pânico, diz infectologista
Segundo Andreia Marujo, vizinhos e população de Cascavel não precisam se preocupar. Contágio se dá exclusivamente pelo contato físico com fluídos corporais de portador da doença.
Protocolos internacionais
O ministro da saúde Artur Chioro ressaltou que todos os protocolos internacionais de segurança foram adotados desde que foi levantada a suspeita da contaminação pelo vírus, ainda na UPA 2, no bairro Brasília, em Cascavel.
Segundo foi repassado, tão logo o africano deu entrada na unidade (às 17h45 desta quinta-feira), os responsáveis notificaram a Secretaria Municipal de Saúde sobre o fato. Às 18 horas foram acionados o Centro de Operação de Emergência de Saúde (Coes), do Governo Federal, e também a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa).
Uma equipe médica enviada pelo Ministério da Saúde chegou a Cascavel por volta da 00h30, e a 1h11 a comunicação da suspeita foi enviada à Organização Mundial de Saúde (OMS).
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O guineano Souleymane Bah, suspeito de ter o vírus ebola, estava hospedado em um albergue na cidade de Cascavel. De acordo com a psicóloga que trabalha no Albergue Noturno André Luiz, Fabiane Ferreira, ele estava hospedado no local desde o dia 21 de setembro. Ele teria se ausentado por dois dias, entre 23 e 24 de setembro, quando foi para Santa Catarina.
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Ao chegar na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Brasília, em Cascavel, Bah teria informado um endereço falso.
De acordo com a psicóloga, mais oito cidadãos guineanos estão ficando regularmente no local e não se sabe se vieram junto com Bah para o Brasil. Cerca de 30 pessoas passam por dia pelo albergue. Na noite de quarta-feira (8), um dia antes do guineano procurar atendimento médico, havia 22 pessoas hospedadas no local. Além dos hóspedes, três atendentes, uma psicóloga, uma assistente social e uma cozinheira tiveram contato direto com Bah. A Vigilância Sanitária passou orientações aos funcionários do albergue por telefone e deve realizar uma vistoria no local na noite desta sexta-feira (10). "Nosso pessoal está fazendo a investigação do número de pessoas que tiveram contato com ele e se for necessário será feito um monitoramento mais intenso", disse Sezifredo Paz, superintendente de vigilância em saúde da Secretaria de Estado da Saúde.
UPA reabre mas pacientes não aparecem, com medo do ebola
A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 2, em Cascavel, no Oeste do Paraná, foi reaberta para atendimento ao público no início da tarde desta sexta-feira (10), às 13 horas. Interditado desde a quinta-feira (9), por volta das 18 horas, o local foi devidamente higienizado e esterilizado com produtos químicos. Apesar do atendimento na unidade ter sido normalizado, havia apenas oito pessoas esperando para serem atendidas no local por volta das 15h30.
Pacientes isolados na UPA 2 foram liberados
Os pacientes que ficaram isolados na UPA 2, em Cascavel já foram liberados.
Segundo determinação dos órgãos de saúde responsáveis, eles foram autorizados a deixar a unidade, porém, vestidos com peças de roupas diferente daquelas que usaram durante todo o tempo em que permaneceram na UPA. Familiares foram avisados para que levassem as mudas limpas de roupa até o local, sendo que as usadas ficaram unidade, que reabriu às 13 horas desta sexta, para esterilização.
Surto na África
Ao lado de Serra Leoa e Libéria, a Guiné, nacionalidade do paciente, é um dos três países que mais registraram casos de morte pela doença no continente.
O atual surto de ebola é o pior que se tem conhecimento. Relatório divulgado pela OMS nesta quinta-feira (9) aponta que já foram registrados este ano 8.094 casos da doença em toda a África. Destes, 3,9 mil resultaram em morte.
No último mês, outros dois casos suspeitos semelhantes, de pessoas vindas da África, foram notificados ao estado do Paraná por prefeituras. Nestas situações, porém, foram considerados suspeitas de malária, já que os pacientes não vieram de países africanos com registro de surto de ebola.
Pelo mundo
O número de pessoas que morreram por causa do vírus ebola chega a 4.033 em sete países, de acordo com o balanço divulgado nesta sexta-feira (10) pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O número de infectados registrados até o último dia 8 é de 8.399, 366 casos a mais em comparação com o relatório divulgado pela organização há dois dias.
Das equipes médicas e sanitárias infectadas, 233 morreram: 38 na Guiné, 95 na Libéria, cinco na Nigéria e 95 em Serra Leoa. Sobre o surto separado de ebola identificado na República Democrática do Congo (RDC), a OMS informou que já foram registrados 71 casos com 43 mortes, oito de membros das equipes de saúde.
O mais novo relatório da OMS também confirmou o primeiro caso de ebola transmitido fora da África. A auxiliar de enfermagem Teresa Romero, que fez parte da equipe que cuidou dos missionários espanhóis Miguel Pajares e Manuel Garcia Viejo, foi contaminada com o vírus. Os missionários morreram no Hospital Carlos III, em Madri, na Espanha, depois de contraírem o ebola em Serra Leoa, na África.
A enfermeira foi isolada para tratamento e cerca de 30 pessoas que tiveram contato com ela estão sendo monitoradas. Seis delas já foram submetidas a isolamento preventivo, entre elas, o marido de Teresa, Javier Limón. Também na Espanha, sete pessoas se apresentaram na noite de quinta-feira em uma unidade de isolamento de ebola em Madri.
Nesta quarta-feira, os Estados Unidos confirmaram a morte do liberiano Thomas Duncan, a primeira pessoa diagnosticada com ebola nos Estados Unidos. Ele estava hospitalizado desde 26 de setembro. Segundo o hospital, Thomas morreu de manhã. O governo americano investiga se houve imprudência no primeiro atendimento hospitalar. Antes da internação, ele chegou a ser atendido, mas foi liberado, porque o funcionário do hospital não teria reportado ao médico, como indicava o protocolo, que ele era um viajante do Oeste africano.
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