Ação do sequestrador ocorre no hotel Saint Peter, no setor hoteleiro sul, em Brasília| Foto: EFE/Fernando Bizerra Jr.

Homem que faz refém em hotel pede extradição de Battisti, diz polícia

Além de pedir a extradição do ex-ativista italiano, o sequestrador pede ainda a aplicação prática da Lei da Ficha Limpa. As exigências foram feitas como forma de ele libertar o refém.

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Um hotel na região central de Brasília foi isolado na manhã desta segunda-feira (29) após um hóspede ter feito um funcionário refém afirmando ter material explosivo.

A vítima foi algemada e vestida com um colete contendo supostos explosivos. Bombeiros, esquadrão anti-bombas do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e a Divisão de Operações Especiais da Polícia Civil estão no local.

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A Polícia Civil informa que a arma do homem é verdadeira, mas diz que não é possível afirmar se o colete possui material explosivo. "Se for [material explosivo], tem uma grande capacidade de destruição. Faria um grande dano no andar e nos andares subsequentes", disse o diretor de comunicação da Polícia Civil Paulo Henrique Almeida.

À polícia, o homem ameaça constantemente acionar os explosivos.

O autor da ação teria informado aos hóspedes do andar que se trata de um "ataque terrorista", segundo informações são do jornal Correio Braziliense.

O sequestrador, que está armado, apareceu com a vítima na sacada de um apartamento no 13º andar do hotel Saint Peter, que fica na região central de Brasília, próximo à Esplanada dos Ministérios. O prédio tem 482 apartamentos, 15 andares e uma cobertura para eventos.

Segundo relato inicial de funcionários, o sequestrador se hospedou na manhã desta segunda e reservou dois quartos do hotel, um de frente para o outro.

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Hóspedes e funcionários foram orientados a deixar o local, por volta de 9 horas. "Um bombeiro bateu na porta, falando pra todo mundo descer, porque tinha uma ameaça de bomba no prédio", contou o advogado Marson Nascimento, de 40 anos. Por volta do meio-dia, três negociadores conversam com o sequestrador.

Segundo a Polícia Civil, o sequestrador não tem uma reivindicação clara e faz referências a questões políticas do Brasil como a aplicação da lei Ficha Limpa (que impede a candidatura de políticos condenados em tribunais colegiados da Justiça) e o caso Cesare Battisti (italiano acusado de assassinato na Itália que conseguiu autorização para permanecer no Brasil).

Hotel ofereceu emprego a José Dirceu

O estabelecimento onde ocorre a situação com refém nesta segunda-feira ofereceu um emprego de gerente administrativo com salário de R$ 20 mil ao ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu.

Condenado no processo do mensalão, o petista precisava de autorização para trabalhar fora da prisão, como parte de sua pena que é cumprida em regime semiaberto.

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Devido à pressão sofrida da opinião pública - e a denúncias de que um dos dirigentes da empresa dona do hotel seria um laranja - o ex-ministro voltou atrás e decidiu recusar a oferta do estabelecimento.