Um homem invadiu a Mesquita Imam Ali, na Rua do Rosário, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, e destruiu móveis, livros religiosos e lustres na sala de orações na madrugada de quinta-feira (2). Câmeras de segurança instaladas no imóvel em frente registraram a participação de duas pessoas no crime. As imagens, segundo os responsáveis pela mesquita, mostram dois homens conversando em frente ao templo durante a madrugada. Em seguida, um deles pulou o muro enquanto o outro esperou do lado de fora. Uma vizinha viu um deles sair correndo após o ato. Os homens não levaram nenhum objeto do local.
Para o vice-presidente da Sociedade Beneficente Muçulmana de Ponta Grossa, Mohamad Abdullaziz, trata-se de um crime de intolerância religiosa. “Os brasileiros precisam separar a religião do que os Estados Unidos mostram. Tolerância, para nós, é tudo”, diz. Segundo o sheik Nuredin, já houve outras invasões como essa na mesquita nos últimos dois anos, mas não com tanta destruição. Eles já registraram boletim de ocorrência. “Não tem nada de valor aqui. Foi vandalismo, uma coisa que não dá para aceitar”, diz. Os religiosos estão no período de Ramadã, um mês especialmente dedicado a orações e jejum.
Na manhã desta sexta-feira (3), ao chegar à mesquita, Abdullaziz foi surpreendido com três flores e um bilhete anônimo deixados na escadaria do templo, com o recado “Onde estranhos pregam o ódio destruindo um espaço sagrado, que estranhos preguem o amor. Só assim teremos um mundo melhor”. A mesquita Imam Ali e a Sociedade Beneficente Muçulmana de Ponta Grossa têm mais de 40 anos. Aproximadamente 150 pessoas na cidade seguem a religião muçulmana e frequentam o templo. Até o fim do mês, deve ser inaugurado o Centro Cultural Imam Ali, para preservar e divulgar a cultura e religião da comunidade.
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