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Encontro

Homens e mulheres se reúnem para aprender sobre o Sagrado Feminino

 | Renaclo Filho/Divulgação
(Foto: Renaclo Filho/Divulgação)

Mulheres reunidas para compartilhar conhecimentos ancestrais sobre o próprio corpo, a natureza e a medicina: esse é o objetivo do 2.º Festival Sul Americano dos Sagrados Saberes Femininos, que acontece em Piraquara, entre os dias 18 e 22 de novembro. Participam do evento anciãs, abuelas, mulheres medicina, temazcaleiras, terapeutas, parteiras, curandeiras e lideranças indígenas de vários estados brasileiros e de países como México, Peru, Colômbia e Chile.

De acordo com as organizadoras Anna Sazanoff, terapeuta Ayurvedica, e Noélle Bonacin, musicista, os encontros promovidos pelo Festival buscam percorrer um caminho de retorno ao que é natural à vida, aos seres humanos e às demais espécies do planeta. Para as duas, as pessoas se desconectaram de tal forma do que é natural que hoje se veem apartadas da natureza (da própria e da do planeta). Essa relação precisaria ser resgatada, acreditam.

“É esse pensamento separatista, que considera o planeta como fonte de recursos naturais quando, pelas tradições ancestrais, eles são nossa família, que faz com que achemos naturais destruí-los. Se reconhecer parte do planeta nos faz ter mais consciência de quem somos e a ter mais respeito pelo nosso corpo e pelo planeta”, explica.

Entre os conhecimentos que serão compartilhados durante os cinco dias de Festival estão os saberes sobre os ciclos naturais, a medicina das plantas, os ciclos lunares (no céu e nas mulheres), o segredo dos partos e os cuidados essenciais que cada indivíduo deve ter consigo e com o planeta.

Círculos do Sagrado Feminino

Os círculos são, como o nome sugere, o encontro de mulheres que, em roda, acolhem e confortam umas às outras enquanto compartilham experiências e saberes. Originalmente, esse tipo de reunião acontecia quando mulheres estavam em seu período menstrual e recolhiam-se do convívio com o restante da tribo ou comunidade em que viviam. A proximidade entre mulheres resulta em uma profunda conexão com si mesmo, com outras mulheres e com a natureza. Quando saiam do recolhimento, as mulheres eram recebidas com festejos.

De acordo com Anna, o abandono desses rituais gerou nas mulheres ansiedade, solidão e desconhecimento sobre o próprio corpo. “Pouco a pouco essa sabedoria foi sendo recuperada e as mulheres se deram conta de que não são inimigas, fúteis, fracas ou dependentes de drogas e hormônios para controlar nossos corpos. Os círculos de mulheres nos lembram que não estamos sós e que temos sabedoria sobre nossos corpos. Nosso planeta precisa recordar os valores das sociedades matrifocais”, explica.

Mulheres medicina

A medicina na visão dos saberes tradicionais não tem muita proximidade com a medicina convencional ocidental. Dessa perspectiva, o que se entende por medicina pode estar presente na água, nas plantas, nos alimentos e minerais, e também nos ciclos do ano, nos ciclos lunares e na gestação – em síntese, medicina aqui é saber de quantas formas a natureza pode ser fonte de cura. Ser uma mulher medicina nesse contexto é possuir a sabedoria para reconhecer tudo o que pode ser medicina: são as curandeiras, terapeutas, anciãs e parteiras.

O cultivo desses saberes e a sua perpetuação pode ser vivenciado também por homens e crianças. Anna explica que encontros como o Festival buscam despertar o sagrado feminino e que ele tem a ver também com o feminino e o masculino que existem em todas as pessoas. “A ideia é despertar valores como a colaboratividade, o respeito à saúde e ao planeta e o amor em todas as relações, sejam elas pessoais, profissionais e com a natureza.”

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