Delegada diz que mortes estão caindo
A delegada-chefe da Delegacia de Homicídios de Curitiba, Vanessa Alice, explicou que não pode analisar os dados do ano passado porque não estava na unidade. No entanto, ela garante que o número de homicídios está baixando, considerando apenas 2010. Segundo Vanessa, houve uma queda no número de ocorrências registradas na capital em janeiro, fevereiro e março, com 85, 80 e 73 inquéritos abertos respectivamente.
Os homicídios em Curitiba, nos três primeiros meses de 2010, cresceram 53,8% em relação ao mesmo período de 2009, revelando um cenário alarmante de crescimento da violência na cidade e no estado. São 80 homicídios por mês na capital do Paraná. O Mapa do Crime, com as estatísticas sobre a criminalidade no primeiro trimestre do ano no estado, foi divulgado ontem pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp).
"Isso significa uma epidemia de violência e uma incapacidade do poder público, incluindo polícia e Justiça, de fazer frente a essa realidade", afirma Luis Flávio Sapori, coordenador do curso de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. O aumento não foi registrado apenas na capital. A região metropolitana de Curitiba e o Paraná tiveram um aumento de 48,4% e 30,34% respectivamente.
Para Sapori, o nível de conflitos de todos os tipos incluindo passionais, brigas entre vizinhos e crimes com relação ao tráfico de drogas deve estar aumentando. "O único lugar onde ocorre um aumento assim, com esta velocidade, é Salvador", compara o especialista. De acordo com Sapori, se Curitiba mantiver este ritmo, poderá se confirmar entre as três capitais mais violentas do Brasil. Na semana passada, a Gazeta do Povo informou que o índice de homicídios por 100 mil habitantes em Curitiba já é maior que o de São Paulo e praticamente igual ao do Rio de Janeiro.
Sapori acredita na necessidade de um real "choque de ordem" para frear a aceleração dos homicídios. Na opinião dele, a impunidade e a falta de solução de crimes dessa natureza estão entre os fatores que colaboram para o crescimento das mortes. O professor sugere ações em bloco, com aumento de investigadores e peritos para crimes de homicídios, compra de material e mais varas criminais na Justiça. "A sociedade não pode ficar com essa sensação de impunidade", acrescenta. O número de furtos e roubos no Paraná teve uma queda de 4,3% entre o primeiro trimestre de 2009 e o de 2010. Em Curitiba, a redução foi de 4,5%. Já os furtos e roubos de veículos cresceram em Curitiba (11,9%) e no Paraná (5,7%). No entanto, quando o dado é separado, destacando apenas roubos (quando há violência por parte do bandido) de veículos, segundo a Sesp, há uma queda de 10% em todo o estado.
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