O Cine Horizonte construiu uma relação especial com os moradores do bairro Vila Operária, onde estava instalado, e de outras regiões de Maringá. "Era um cinema de bairro que atraia moradores de outras regiões", afirma o historiador João Laércio Lopes Leal. Além disso, foi o último cinema de rua maringaense a fechar as portas. "Ele chegou aos anos 2000 funcionando, está fechado há cerca de cinco anos e vai dar espaço a um prédio", contou o proprietário do terreno Álvaro Loureiro.
O Cine Horizonte foi marcado pela sua localização num bairro mais popular: a Vila Operária. Sua primeira instalação, em 1951, foi de madeira, na Avenida Brasil, em um espaço que atualmente é ocupado por um supermercado. Em 1966, o Cine Horizonte ganhou nova instalação em alvenaria na Avenida Riachuelo com capacidade para atender 1.600 pessoas.
Em trabalho acadêmico feito pelos jornalistas Caroline Cavilha e Carlos Bonette, o filho do fundador Antonio Del Grossi, Eduardo Del Grossi, disse que o pai escolheu o nome do cinema ao subir em uma construção e pensar que antigamente o tempo era medido pelo movimento do sol. "As pessoas que trabalhavam na lavoura não têm relógio. Organizam seu horário de acordo com o nascente e poente. É um espetáculo muito bonito. Ele [Antonio] quis marcar isso colocando o nome de Horizonte no cinema."
A criatividade para atrair o público foi outra característica deste cine. Além de anúncios feitos em rádios e por carros de som, a divulgação do filme Sobreviventes dos Andes teve um avião na porta do cinema utilizado para chamar atenção do público. "Um carrinho de bebê foi utilizado para despertar a curiosidade para o filme Nasce um Monstro", lembrou o historiador João Laércio Lopes Leal.
Os filmes brasileiros de comédia e também os de faroeste faziam muito sucesso entre os maringaenses que frequentavam o Cine Horizonte. "Isso tem relação com o perfil do público", avalia Leal. "Outro sucesso eram os filmes estrelados por Mazzaropi." Filmes japoneses eram exibidos para agradar os muito orientais que habitam Maringá.
Além do Cine Horizonte, Maringá contava também com outros quatro cinemas de rua. Entretanto, nenhum deles sobreviveu à decadência após os anos 80.
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