Apesar do anúncio da greve dos médicos-residentes de Curitiba, os principais hospitais da capital informaram na tarde desta quinta-feira (19) que não acreditam que a paralisação terá grandes reflexos no atendimento à população.

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A mobilização dos residentes está prevista para começar nesta sexta-feira (20). Manifestantes vão se concentrar, a partir das 10h, Praça Rui Barbosa, em frente à Santa Casa de Misericórdia. No entanto, segundo a Associação dos Médicos-Residentes do Paraná (Amerepar), apenas os médicos-residentes dos hospitais Evangélico e Nossa Senhora da Luz devem paralisar as atividades já na sexta. A expectativa da entidade é que os profissionais das outras instituições comecem a greve na próxima semana.

A direção do Hospital Evangélico confirmou que foi comunicado sobre a paralisação, mas os dirigentes acreditam que a adesão será pequena e que a população não será prejudicada. Foi confirmado que os residentes que atuam nos serviços de urgência e emergência vão trabalhar normalmente. No Nossa Senhora da Luz, atuam apenas nove residentes e a paralisação não traria prejuízos aos pacientes, segundo a instituição.

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Até as 19h, os hospitais Cajuru, Pequeno Príncipe e Cruz Vermelha ainda não haviam recebido nenhuma notificação sobre a greve e a previsão era de atendimento normal na sexta-feira. A Santa Casa informou que os 81 residentes do hospital não vão aderir à paralisação.

No Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que abriga o maior número de residentes na capital (276), foi agendada para a próxima segunda-feira (23) uma reunião dos trabalhadores com o diretor do departamento de ensino e pesquisa. Uma eventual greve começaria apenas na terça-feira (23).

O Paraná tem 1,5 mil médicos-residentes e só em Curitiba estão 795 deles. Os hospitais que têm mais residentes na capital são o HC, com 276, o Evangélico, com 151, e o Cajuru, com 111.

Reivindicações

A principal reivindicação dos médicos-residentes é o reajuste de 38,7% no valor da bolsa-auxílio que passaria de R$ 1.916 para cerca de R$ 2,7 mil. Eles também pedem o pagamento de um 13º salário e a ampliação da licença-maternidade de quatro para seis meses.

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Na noite de segunda-feira (16), o governo federal ofereceu um reajuste de 20% para a categoria e a instalação de um grupo de trabalho para discutir as reivindicações. Apesar disso, na terça-feira (17), aproximadamente 18 mil dos 22 mil médicos-residentes do Brasil entraram em greve, segundo a Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR). Foram suspensos atendimentos não emergenciais, como cirurgias eletivas e consultas clínicas em 15 estados.