Dezessete dias após a maior chacina da história do Paraná, a polícia ainda trabalha nas investigações para prender os autores do crime. Segundo o delegado da Polícia Civil de Guaíra (Oeste) Pedro Lucena, está andamento uma operação conjunta entre as polícias Civil e Militar brasileiras com policiais paraguaios para efetuar a captura dos bandidos.

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O crime aconteceu na tarde do dia 22 de setembro, quando 15 pessoas foram brutalmente assassinadas. O último corpo foi identificado pela polícia somente na segunda-feira (6). De acordo com o delegado Pedro Lucena, trata-se de Marcos Rogério dos Santos, de 37 anos. O corpo continua no Instituto Médico Legal (IML) de Umuarama (Noroeste).

"Constatamos que ele cumpriu pena em São José do Rio Preto, em São Paulo", disse Lucena. O delegado afirmou que o homem tinha três documentos de identidade. Um com nome falso do Rio de Janeiro, um de São Paulo e outro de Goiás. Nesses dois últimos constava o nome verdadeiro de Santos.

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No dia da chacina, Santos estava acompanhado de uma adolescente de 16 anos que mora em Guairá, com quem mantinha um relacionamento há um ano. O casal e uma criança de 1 ano e oito meses foram até a chácara onde aconteceram os crimes. Chegando lá, foram dominados e ficaram a manhã toda sob a mira de armas de fogo.

A moça, que conseguiu fugir enquanto o companheiro lutava com os assassinos, antes de ser morto, disse que não conhece a família da vítima e não sabe a extensão do envolvimento dele no mundo do crime porque o assunto não era discutido abertamente entre ambos.

Investigações e mais um suspeito

Logo após a chacina, o secretário estadual da Segurança Pública, Luiz Fernando Delezari, anunciou em coletiva que o crime seria solucionado em poucas horas. "Todos os autores já foram identificados e estão com as prisões preventivas decretadas pela Justiça", explicou o delegado Pedro Lucena.

As prisões, no entanto, ainda não aconteceram. "Estamos lutando para fazer isso. Estão sendo feitas operações conjuntas no Brasil e no Paraguai. Temos várias linhas de investigação, mas não posso explicar muito para não atrapalhar o trabalho", disse Lucena.

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O delegado afirmou que na semana passada foi identificado o quarto indivíduo que teve participação na chacina. "Ele teve uma participação indireta, ficou de olheiro enquanto os outros agiam", afirmou o delegado. Lucena não revelou o nome do quarto suspeito, também para não atrapalhar as investigações.

"Esse não dá para dizer o nome, pois é o mais fácil de nós prendermos", disse, sem revelar se o homem é procurado no lado brasileiro ou paraguaio da fronteira. "Estamos trabalhando dia e noite. De forma alguma abandonamos o caso", definiu. Segundo a polícia, os outros três suspeitos de cometer a chacina são Jair Correia, Gleison Correia e Ademar Franco Luiz.

O crime

A chacina teria sido motivada por uma dívida de R$ 4 mil entre narcotraficantes. Das 15 pessoas mortas, duas eram mulheres – uma delas, menor de idade. Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), algumas vítimas teriam envolvimento com uma quadrilha comandada por Jocemar Marques Soares, mais conhecido como "Polaco", que já tinha passagem pela polícia por tráfico de drogas. Oito pessoas ficaram feridas – algumas delas se fingiram de mortas para escapar da execução. Uma mulher e duas crianças escaparam sem ferimentos.

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