Foi identificado no final da manhã desta terça-feira (15) o corpo do quinto rapaz envolvido em um confronto com a Polícia Militar (PM) na madrugada da última sexta-feira (11), no bairro Alto da Glória, em Curitiba.
Familiares de Josemar Bernardo estiveram no Instituto Médico Legal (IML) e reconheceram o corpo do jovem de 21 anos, natural de Quedas do Iguaçu, no centro-oeste do Paraná. Ele trabalhava em uma empresa de chapas em Curitiba e morava na Vila Esperança, em Colombo, na região metropolitana.
O corpo de Bernardo era o único que ainda não havia sido identificado. No mesmo dia da troca de tiros, Thobias Rosa Lima, de 19 anos, o irmão dele de 17 anos, Éderson Miranda, 22, além de um adolescente de 14 anos foram reconhecidos.
O confronto
Segundo a PM, o grupo de cinco jovens passou a ser perseguido depois de ser flagrado em um Wolkswagem Gol roubado no bairro Santa Cândida. No Alto da Glória, o veículo teria furado uma barreira policial montada por uma equipe da Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam). Pouco depois, o carro bateu em uma mureta. Os suspeitos desceram e pularam o muro de um terreno para sair do outro lado da quadra, mas acabaram cercados pela polícia. Na troca de tiros, os cinco jovens foram baleados e levados ao Hospital Cajuru, aonde chegaram mortos.
Transporte polêmico
O transporte dos rapazes baleados para o hospital foi realizado pelos próprios policiais. De acordo o coronel Jorge Costa Filho, comandante do policiamento da capital, isso aconteceu para que eles fossem atendidos o mais rapidamente possível.
Nesta quarta-feira (14), o governador Roberto Requião (PMDB) determinou que todas as pessoas feridas em confrontos armados com a PM serão atendidas pelo Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate). Segundo ele, o novo protocolo será efetivado para que "a sociedade tenha a garantia que a polícia é firme, mas não é violenta".
O secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, ainda afirmou que o novo procedimento vai evitar que as cenas dos crimes sejam alteradas.
Investigação
Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi aberto na sexta-feira (11) para investigar a conduta das autoridades na ação que resultou na morte dos cinco jovens. Os PMs estão afastados das funções até que a apuração sobre o caso esteja completa. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (Sesp), este é um procedimento normal depois de confrontos entre policiais e bandidos.
A investigação será acompanhada pelo Ministério Público do Paraná (MP) e tem 40 dias de prazo para ser encerrada, mas pode ser prorrogada por mais 20 dias se o Comando de Policiamento da Capital julgar necessário.