A polícia identificou o assaltante suspeito de ter atirado no guarda municipal Roni Fernandes de Freitas, logo depois de uma distribuidora de doces ter sido roubada na última sexta-feira (10), no Centro de Curitiba. As investigações avançaram principalmente após a análise de imagens de câmeras de segurança – que flagraram o bandido em fuga após o crime – e do depoimento detalhado de testemunhas. Por questões estratégicas, as autoridades não vão divulgar o nome do suspeito, mas acreditam que têm boas chances de prendê-lo.
“Desde sexta-feira até o momento, temos trabalhado no caso e levantamos informações muito importantes”, disse o delegado Rubens Recalcatti, chefe da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio e que coordena as investigações.
Guarda morto em assalto era um ativista de direitos humanos
Roni Fernandes de Freitas,de 50 anos, se destacou na corporação por defender minorias e exigir igualdade
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Outros dois suspeitos chegaram a ser presos, mas a participação deles no assalto que terminou com a morte do guarda Roni Fernandes foi descartada pela polícia. Um deles havia roubado outra loja quase no mesmo horário em que o agente foi baleado. Os investigadores chegaram ainda a outro homem, mas a suspeita não foi confirmada. Ambos permanecem detidos porque tinham mandado de prisão em aberto por outros crimes.
Fragilidade
A fatalidade envolvendo o guarda Roni Fernandes expõe a vulnerabilidade dos comércios da região central em Curitiba. Nos três primeiros meses deste ano, o Centro foi o bairro de Curitiba que, em números absolutos, mais registrou assaltos. Foram 1028 casos: média de 11 roubos por dia ou 27 assaltos por mil habitantes.
No mês passado, um assaltante atirou no peito da gerente de uma loja de celulares, também no Centro de Curitiba. O bandido disparou depois que o alarme disparou. O rapaz foi preso dias depois e disse não estar arrependido. Quem trabalha no comércio se sente refém da falta de segurança. “Nós vivemos em estado de alerta. Essa região virou um antro de ladrões e alvo fácil para os bandidos”, disse o dono de uma loja de informática, que pediu para não ser identificado.
Fazia cinco anos que um guarda municipal não morria em serviço em Curitiba. Apesar do treinamento periódico, acontecimentos como este – em que os agentes perdem um colega de farda – acabam abalando a corporação. “Em uma linguagem comum, o sentimento natural é de uma revolta coletiva quanto à situação [à maneira como o guarda Roni foi morto]. Mas isso acaba sendo assimilado pela equipe como uma fatalidade. Nós trabalhamos este sentimento de perda nos cursos de capacitação, porque isso é algo que causa comoção”, disse o diretor da Guarda Municipal, inspetor Cláudio Frederico de Carvalho.
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