Unidades do Instituto Médico-Legal (IML) e do Instituto de Criminalística do Paraná receberam, no último mês, produtos de uso contínuo vencidos. Entre os itens fora da data de validade, estão materiais de escritório e produtos alimentícios. Em Curitiba, servidores dos órgãos reclamam ainda das condições dos banheiros do prédio que sedia os órgãos.
A denúncia foi apresentada nesta semana pelo Sindicato dos Peritos Oficiais do Paraná (Sinpoapar), que recebeu amostras e fotos dos itens vencidos. A data de validade dos produtos alimentícios – como leite em pó e açúcar – expirou, em média, há nove meses. Em algumas mercadorias, o campo onde deveria constar o prazo de validade está em branco.
“Essa situação revoltou os servidores. Mostra que o estado não está dando as mínimas condições de trabalho e expondo os trabalhadores a condições degradantes, além de representar desperdício de dinheiro público”, avaliou o presidente do Sinpoapar, Leandro Cerqueira Lima.
Entre os materiais de escritório vencidos, estão colas-bastão que são usadas para lacrar envelopes com perícias e provas, antes de destiná-las às unidades policiais que solicitaram os exames. Um vídeo gravado mostra uma funcionária testando o produto vencido, que está ressecado e sequer consegue colar um pedaço de papel.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) disse que os produtos foram repassados aos órgãos “por engano”, na última terça-feira (3). “Horas depois, o almoxarifado foi comunicado do erro e recolheu os mesmo produtos. Está sendo providenciado o reenvio”, disse a pasta, por meio de sua assessoria de imprensa.
Banheiros
Enquanto aguardam a definição da construção do novo prédio do IC de Curitiba – cujo projeto custou R$ 309 mil –, os funcionários do setor convivem com banheiros que têm uma série de problemas estruturais. Segundo o sindicato, os sanitários estão com descargas quebradas, vasos sem tampa ou quebradas, forro caindo, fiação exposta e vazamentos.
“É normal que os peritos sejam solicitados para fazer perícias em locais de difícil acesso, no meio do mato. Quando retornam ao prédio, não podem tomar banho, porque não há condições”, apontou Lima.
A Direção da Polícia Científica destacou que o prédio tem 40 anos e que “quando problemas pontuais aparecem, são resolvidos de forma a atender os servidores”. O órgão desmentiu que faltam itens como papel higiênico e produtos de limpeza.
A Sesp apontou ainda que uma nova sede do IML está sendo construída, com término previsto para fevereiro de 2017. A construção de uma nova sede da Criminalística ainda encontra-se na fase de projetos.