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Nova sede

A construção de um novo prédio para o IML de Curitiba é vista como o principal passo para resolver os problemas históricos do órgão. Há seis anos, no entanto, o projeto vem sendo adiado:

Janeiro de 2005 – O então governador Roberto Requião libera R$ 3 milhões para a construção do novo prédio do IML em Curitiba. A intenção era utilizar um terreno do governo perto do Jockey Club, no bairro Tarumã.

Julho de 2008 – A Secretaria de Estado de Obras Públicas entrega à Secretaria de Segurança Pública um anteprojeto indicando a nova sede, que seria construída em um terreno de 6,2 mil m² no bairro Vila Isabel, perto da Escola de Polícia. Estimava-se que a conclusão da obra levaria 100 dias após a abertura da licitação. A Sesp informou que não havia disponibilidade orçamentária.

Março de 2009 – A Agência de Notícias do governo divulga que seriam feitos investimentos de R$ 18 milhões para a construção e reforma de novos prédios para o IML em todo o Paraná. Também haveria a contratação de pessoal e R$ 600 mil seriam liberados. Neste pacote estava a construção do complexo em Curitiba. O projeto também não saiu do papel.

Técnicos da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA), da Vigilância Sanitária e da Sanepar fizeram ontem uma vistoria na sede do Instituto Médico-Legal (IML) de Curitiba e deram um prazo de 72 horas para o órgão informar para onde vem destinando os dejetos provenientes das salas onde são feitas as necropsias. Os relatórios da fiscalização deverão ser concluídos na próxima semana.

A vistoria foi feita em função das denúncias da Comissão de Direitos Humanos da seção paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) sobre problemas na infraestrutura do órgão e falta de pessoal. Na quinta-feira, a comissão constatou que há acúmulo de corpos no IML, falta de equipamentos e laboratórios para exames e poucos profissionais. A comissão também levantou a possibilidade de os funcionários ficarem expostos a radiação.

Na visita de ontem, técnicos da SMMA fizeram um teste de efluente, quando um corante é jogado na tubulação para se descobrir onde os líquidos estão sendo despejados. Não foi confirmado que os líquidos estão sendo jogados na rede de água ou esgoto. Segundo a Sanepar, após uma vistoria feita em 2008 a companhia solicitou que o IML regularizasse a rede. O laudo emitido após a vistoria, também de 2008, indicou que as medidas foram tomadas. Ontem, o mesmo técnico que esteve em 2008 no IML voltou ao órgão para averiguar o sistema de esgoto.

A SMMA contestou a informação da diretoria do IML, de que há corpos acumulados por causa da falta de covas para enterros de indigentes. Segundo a secretaria, foram encaminhados e cumpridos dois pedidos de enterro de indigentes no dia 3 deste mês (com 15 corpos, sendo que foram enterrados apenas 14) e no dia 14 (com 12 corpos que deverão ser enterrados a partir de segunda-feira), no Cemitério do Santa Cândida. Por mês, de acordo com a secretaria, são feitos em média 20 enterros de indigentes na capital.

O Ministério Público do Paraná informou que o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) vai investigar a situação do IML de Curitiba. "Tínhamos conhecimento das irregularidades e queremos ver resolvidos os problemas", disse a legista Maria Letícia Fagundes, da Associação dos Médicos Legistas do Paraná.

Correção

A Gazeta do Povo errou o nome do diretor do Instituto Médico-Legal (IML) de Curitiba na matéria "Cadáveres amontoados resumem caos no IML", publicada na página 5 da edição de ontem do caderno Vida e Cidadania. O diretor do IML de Curitiba é o médico Porcídio Otaviano de Castro Villani e não o coronel Almir Porcides Júnior. As informações para a matéria foram passadas por Villani, e não por Porcides Júnior.

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