O volume de indenizações pagas a vítimas do trânsito caiu em todo o país. Dados divulgados nesta terça-feira (23) pela seguradora Líder, administradora do seguro por Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de via Terrestre (DPVAT), mostram que a cobertura financeira por mortes decorrentes de acidentes caiu 19% no ano passado em comparação com 2014. A mesma relação mostra decréscimo de 18,5% em indenizações pagas no Paraná, que, em 2015, teve 3.159 casos de mortes no trânsito cobertas pelo seguro.
O relatório revela que a maior baixa no estado foi com o custeio de despesas médicas: 36,79% a menos de indenizações pagas (nacionalmente, esse índice foi 19% menor). Em números absolutos, significa 10.209 casos de despesas médicas em que foi necessário acionar o DPVAT, frente a 16.152 no ano anterior.
Motos lideram ranking de pagamentos
A motocicleta foi o veículo com o maior número de indenizações de janeiro a dezembro de 2015. Apesar de representar apenas 27% da frota nacional, concentrou 76% das indenizações . Na sequência, aparecem os automóveis, com 19% das indenizações. Caminhões e picapes concentraram 3% dos pagamentos; e ônibus e micro-ônibus, 2%.
Situações que geraram invalidez permanente cobertas pelo DPVAT diminuíram 17,96% no Paraná entre 2014 e 2015. Foi a maior queda da região Sul, que teve como média uma redução, nesse aspecto, de 11,74%. O total nacional foi de -13%.
Marcio Norton, assessor de relações institucionais da Seguradora Líder-DPVAT, observa que não, necessariamente, o encolhimento no pagamento de indenizações tem a ver com a redução de registros de acidentes de trânsito, seja no Brasil ou no Paraná. Isso porque os sinistros pagos em 2015 podem ser de acidentes ocorridos até três anos antes. No entanto, ele acredita que aumento de fiscalizações é, provavelmente, um dos maiores motivos que levou as indenizações a caírem em todas as regiões brasileiras.
“A fiscalização tem aumentado muito. Vemos a Polícia Rodoviária Federal atuando mais intensamente em épocas de feriados, fins de semana prolongados e em locais onde ocorrem mais acidentes. Isso ajuda nas reduções”, analisa. Dentro das grandes cidades, Norton acredita que um fator colaborativo é a limitação de velocidade que vem ganhando força das administrações municipais. Em Curitiba, uma área do Centro da cidade passou a ter velocidade máxima de 40 km/h no ano passado.
Estudos mostram que a redução da velocidade de automóveis diminui o número de acidentes graves. Uma pessoa que se envolve em um acidente com um veículo que transita a 30 km/h tem 90% de chance de sobrevier. Já a colisão contra um veículo que anda a 70 km/h derruba 10% a chance de sobrevivência.
Estado teve redução de mortes no trânsito entre 2013 e 2014
No comparativo entre os registros de 2013 com os de 2014, o número de mortes envolvendo pedestres caiu de 337 para 292 no Paraná – uma redução de 13,3%. O número de feridos passou de 3.950 para 3.793, o que representa queda de 3,9% no período. As informações são do Departamento de Trânsito (Detran), que ainda não possui dados fechados do ano passado. Ainda de acordo com o órgão, o número de atropelamentos na mesma relação caiu 6,1% no estado.
A chefe de Divisão de Programas Educativos do Detran, Neody Bertazzi, também ressalta o papel da fiscalização neste cenário, que, embora esteja em queda, ainda tenha muito o que melhorar.
“Quando há conhecimento dos riscos enfrentados no trânsito, há mudança de comportamento. E é isso que temos visto. Não apenas condutores, mas os pedestres também estão tomando consciência de seus direitos e deveres”.
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