Apesar de apontar possíveis limitações na pesquisa da Brain, o presidente da Urbs, Roberto Gregório, disse que os dados podem ser vistos com otimismo. “A frota de ônibus representa 1% da cidade. E a pesquisa mostra que ela responde por mais da metade de mobilidade. Isso ocorre por que há ônibus perto de casa, integração, preço acessível e bom padrão de qualidade.”
As possíveis limitações citadas por Gregório residem no fato de a pesquisa não citar quais os critérios de seleção para os locais de coleta de dados e também não estratificar as respostas por horário de deslocamento. “Como em qualquer sistema, temos uma projeção para a demanda máxima. Em Curitiba, ela é de no máximo seis passageiros por metro quadrado”, disse.
Gregório admitiu, porém, que a lotação pode eventualmente ultrapassar esse limite. “Pode acontecer algum tipo de comboio provocado por fatos não controláveis pelo gerenciamento do transporte. Aí você pegue um ônibus que esteja mais carregado que outro. Mas, dentro da média, a expectativa é de que esse índice esteja plenamente atendido.”
Sobre o fato de apenas 15% apontar o custo do ônibus como principal problema, Gregório desabafou. “Conseguimos ter a tarifa mais baixa em relação ao salário mínimo dos últimos 20 anos. Existem outros elementos do custo de vida cujo aumento impacta muito mais do que ônibus e não recebe a mesma atenção. Às vezes [a mídia] escolhe alguns ícones que criam uma percepção equivocada.”
O presidente da Urbs adiantou que a prefeitura estuda dois novos sistemas que poderão dizer ao gestor e ao usuário qual a lotação do ônibus que se aproxima do tubo. Uma das hipóteses é a aquisição de veículos com sensores no chassis que calculariam, em tempo real e com base em um peso médio dos passageiros, quantas pessoas estão sendo transportadas. A outra ideia é instalar contadores nas portas dos ônibus já em circulação, tecnologia a princípio mais barata. “Não seria uma solução tecnológica generalizada. Mas naqueles eixos mais carregados e com maior risco de superlotação”.
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